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Coronavírus

Dados sobre medicamento da Gilead aumentam expectativas em luta contra pandemia

30 abr 2020 - 09h39
(atualizado às 09h48)
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A principal autoridade de doenças infecciosas dos Estados Unidos disse que o medicamento experimental remdesivir, da Gilead Sciences, se tornará o padrão de tratamento para o Covid-19, depois que os primeiros resultados de testes clínicos mostraram que a droga ajudou pacientes a se recuperarem mais rapidamente da doença causada pelo novo coronavírus.

Amostrar do remédio remdesivir da Gilead Sciences em instalação da empresa na Califórnia.
11/03/2020
Gilead Sciences Inc/Handout via REUTERS
Amostrar do remédio remdesivir da Gilead Sciences em instalação da empresa na Califórnia. 11/03/2020 Gilead Sciences Inc/Handout via REUTERS
Foto: Reuters

Os resultados preliminares de um estudo do governo dos EUA mostrando que os pacientes que receberam remdesivir se recuperaram 31% mais rápido do que aqueles que receberam placebo foram aclamados pelo Dr. Anthony Fauci como "altamente significativos".

"Isso é realmente muito importante", disse Fauci a repórteres na Casa Branca, comparando-o a um momento em 1986 "quando estávamos lutando para encontrar remédios para o HIV e não tínhamos nada".

"Este será o tratamento padrão", disse ele.

A agência de regulação de medicamentos e alimentos dos EUA(FDA) disse que tem conversado com a Gilead sobre tornar o remdesivir disponível para os pacientes o mais rápido possível.

"Quero que eles o façam o mais rápido possível", disse o presidente Donald Trump, quando perguntado se queria que a FDA concedesse autorização de uso emergencial para o remdesivir. "Queremos que tudo esteja seguro, mas gostaríamos de ver aprovações muito rápidas, especialmente com as coisas que funcionam."

O remédio, dado por infusão intravenosa a pacientes hospitalizados, mexeu nos mercados nas últimas semanas após a divulgação de dados de vários estudos que ilustraram uma imagem mista de sua eficácia, e Fauci alertou que os dados mais recentes ainda precisam ser analisados.

O interesse no remdesivir tem sido alto, pois não existem tratamentos aprovados ou vacinas preventivas para o Covid-19, e médicos estão desesperados por algo que possa alterar o curso da doença que ataca os pulmões e pode atingir outros órgãos em casos graves.

No início deste mês, a Gilead disse que estava preparada para doar para hospitais o suprimento existente de 1,5 milhões de doses do remdesivir, o que, segundo a empresa, é suficiente para mais de 140 mil pacientes, embora esse número aumente se o medicamento puder ser administrado por um período mais curto.

"Estamos trabalhando para construir um consórcio global de fabricantes de produtos farmacêuticos e químicos para expandir a capacidade e a produção global", disse o presidente-executivo da Gilead, Daniel O'Day, em carta aberta na quarta-feira.

Ele também disse que Gilead está procurando maneiras de potencialmente levar o tratamento a uma população mais ampla de pacientes, investigando outras formulações e meios de administrar a droga.

O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, disse que resultados parciais de seu estudo com 1.063 pacientes mostram que infectados com Covid-19 que receberam remdesivir se recuperaram em 11 dias, em comparação com os 15 dias de pacientes que receberam placebo.

O estudo mostrou uma tendência para a sobrevivência melhor para remdesivir - 8% de pacientes que receberam o remédio morreram comparado com 11,6% no grupo que recebeu placebo - mas a diferença não foi estatisticamente significativa, de forma que a diferença pode não ser devido ao remédio.

O principal pesquisador do estudo disse à Reuters na sexta-feira que os resultados completos podem chegar em meados de maio.

"O conjunto completo de dados fornecerá mais clareza sobre como o remdesivir pode ser melhor utilizado", disse Aneesh Mehta, pesquisador do estudo NIH da Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta.

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