Donos de restaurantes do Rio protestam contra exigências
Estabelecimentos que funcionam com self-service temem fechar as portas
O cenário no centro do Rio é atípico - pouco movimento nas ruas e muitos restaurantes fechados, sem perspectiva de funcionamento a curto prazo. Muitos deles trabalham no modelo self-service e estão impedidos de reabrir. É este o ponto que tem levado um grupo de donos de restaurantes a formalizar protestos na prefeitura carioca.
Eles argumentam que não entendem como a fiscalização afrouxa os serviços de fornecimento de alimentação nas ruas do centro e é rigorosa com os restaurantes. Citam casos de ambulantes que usam o porta-malas do carro para carregar e vender quentinhas e outros que se estabelecem em calçadas e praças sem seguir os protocolos de prevenção à covid-19 e dali oferecem refeições, salgados e refrigerantes.
“Nada contra essas pessoas que lutam pela sobrevivência e estão se virando como podem. Mas é uma questão lógica. Se ali não há o rigor da fiscalização, por que exigir tanto de nossas casas, que pagam impostos, vários tributos, e contam também com vários funcionários dependentes do trabalho?” – questiona Felipe Rio, sócio de um café-restaurante no centro da cidade.
Dono de dois restaurantes de comida a quilo (self-service) também na região central da capital carioca, Arlindo Roger Dias diz que teme pelo fechamento do seu negócio se não houver uma reviravolta na crise financeira por que passa.
“A prefeitura exige o atendimento assistido, ou seja, que o funcionário coloque a comida no prato do cliente. Para quem entende dessa dinâmica, se isso ocorrer, o self-service fecha. Quem recorre a esse formato, faz isso por causa da pressa e da possibilidade de fazer sua escolha, além do preço mais em conta. Com alguém servindo, não vai funcionar”, afirma Arlindo.
O Terra tentou em vão ouvir a prefeitura para saber se há a possibilidade de o funcionamento do self-service na cidade ser flexibilizado.