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Coronavírus

Doria: Butantan negocia compra de mais doses da CoronaVac

Novo pedido não havia sido divulgado anteriormente; contrato para aquisição de mais 54 milhões de doses, sinalizado pelo Ministério da Saúde na semana passada, ainda não foi assinado

5 fev 2021 - 04h50
(atualizado às 12h09)
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O Instituto Butantan está em negociações para comprar mais 20 milhões de doses da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech, disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),em entrevistaà agência Reuters nesta quinta-feira, 4. O pedido, que não havia sido divulgado anteriormente, virá somado às 100 milhões de doses da vacina CoronaVac já garantidas pelo instituto, disse Doria.

Governador de São Paulo, João Doria, concede entrevista à Reuters no Palácio dos Bandeirantes
04/02/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
Governador de São Paulo, João Doria, concede entrevista à Reuters no Palácio dos Bandeirantes 04/02/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Até agora, o Ministério da Saúde assinou apenas um contrato com o Butantan para adquirir 46 milhões de doses do CoronaVac para distribuição nacional, mas Doria disse estar confiante de que assinará mais 54 milhões de doses em breve. A intenção já foi sinalizada pelo ministério na sexta-feira, 29, que prometeu firmar novo contrato nesta semana. "Não vamos, diante de uma situação de vida ou morte, apenas esperar para ver o que acontece", disse.

Doria havia dito anteriormente que vacinas adicionais não adquiridas pelo Ministério da Saúde poderiam ser vendidas separadamente para os estados brasileiros. Segundo ele, o governo federal ainda não pagou as doses do CoronaVac já entregues ao Ministério da Saúde, e o pagamento deve ser feito até o final do mês.

"Se não (pagar), não receberá mais nenhuma dose da vacina do Butantan", disse.

O Butantan liderou os testes clínicos em massa da vacina no Brasil e agora auxilia na parte final da produção das doses no País, com envase e rotulagem realizados na fábrica do instituto. Do Butantan saem todas as doses da CoronaVac destinadas ao Programa Nacional de Imunização. Após acordo de transferência de tecnologia entre o instituto e a Sinovac, a produção da vacina deve se tornar 100% nacional no início de 2022.

Doria, governador do estado mais rico e populoso do país, tem sido a força motriz por trás dos testes e implantação do CoronaVac no Brasil, reforçando suas ambições presidenciais e alimentando uma rivalidade com o presidente Jair Bolsonaro.

Mas com eficácia de pouco mais de 50% no ensaio brasileiro, bem abaixo de outras opções no mercado, alguns questionaram se o Brasil deveria buscar outras vacinas, pois enfrenta o surto mais mortal fora dos Estados Unidos.

Bolsonaro, um crítico da China e cético da covid-19, inicialmente rejeitou a vacina Sinovac, mas mudou de rumo na ausência de alternativas, depois que seu Ministério da Saúde hesitou em fechar contratos com desenvolvedores de vacinas.

A pandemia já matou cerca de 230 mil pessoas no Brasil, e uma nova variante que surgiu na cidade de Manaus se mostrou devastadora em uma segunda onda que agora está atingindo a cidade.

Enquanto o centro biomédico da Fiocruz, financiado pelo governo federal, ainda aguarda suprimentos para iniciar o engarrafamento das doses da vacina AstraZeneca, o Instituto Butantan começa a finalizar e vender as doses do Coronavac ao Ministério da Saúde.

Doria disse que espera que o Butantan receba remessas de ingredientes ativos da China entre uma semana e dez dias, superando os obstáculos iniciais que ameaçavam desacelerar a produção.

Uma nova instalação do Butantan em construção está programada para produzir os ingredientes ativos da vacina a partir de janeiro de 2022, mais tarde do que uma meta anterior para o segundo semestre deste ano. O Butantan está negociando suprimentos para as 20 milhões de doses extras para manter sua linha de chegada ativa até a entrada em operação da nova fábrica./REUTERS

Estadão
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