Economia reduz projeção para o PIB de 2022 para 1,5% e aumenta a de inflação para acima da meta
Estimativa do ministério para o IPCA deste ano passou de 4,70% para 6,55%
BRASÍLIA - Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que os economistas do mercado precisam rever para cima suas expectativas para o crescimento da economia neste ano, o próprio ministério reduziu seu otimismo para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta quinta-feira, 17, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade neste ano passou de 2,1% para 1,5%, como adiantou na quarta o Broadcast. A projeção anterior havia sido divulgada em novembro do ano passado.
De acordo com o Boletim Macrofiscal, entre os fatores positivos que ajudam o crescimento em 2022 estão a taxa de poupança elevada, a recuperação do setor de serviços, a contínua melhora do mercado de trabalho e o robusto investimento, tanto privado como em parceria com o setor público.
"Ao mesmo tempo, existem riscos neste ano a serem monitorados, notadamente a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor, que já apresentam gargalos devido à pandemia. Adicionalmente, o risco da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados", informou o documento.
O ministério manteve as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024 e 2025: todas em 2,50%. Para 2026, a previsão - divulgada nesta quinta pela primeira vez - também é de 2,50%.
"Com a volta da taxa de participação e do nível de ocupação aos seus níveis históricos, estima-se crescimento do produto à taxa projetada de longo prazo (2,5%) no ano de 2023 e posteriores", completou a SPE.
No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de apenas 0,49% para o PIB de 2022. Para 2023, a estimativa no Focus é de alta de 1,43%. As estimativas de mercado para os anos de 2024 e 2025 estão em 2%.
Inflação em alta
De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 4,70% para 6,55%. Para 2023, a projeção é de 3,25%.
No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 6,45% em 2022 e de 3,70%em 2022.
Todas as projeções para a inflação em 2022 estão bem acima do centro da meta deste ano, de 3,50%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,00% a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (1,75% a 4,75%).
O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 4,25% para 6,70%. Para 2023, a projeção é de 3,25%.
Já a estimativa da Economia para a alta do IGP-DI em 2022 saltou de 5,42% para 10,01%. Para o próximo ano, a projeção é de 4,42%.