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Coronavírus

Em disputa com Ministério, Doria mantém vacinação em janeiro

Governador reforçou que aquisição da Coronavac para um Plano Nacional de Imunização não atrapalha calendário do Estado

12 dez 2020 - 15h05
(atualizado às 15h49)
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O governador João Doria (PSDB) afirmou na manhã deste sábado, 12, que São Paulo mantém a previsão de iniciar a vacinação contra a covid-19 no próximo 25 de janeiro, mesmo que o governo federal inclua a Coronavac no Plano Nacional de Imunização. Ele reforçou ainda que 12 Estados e mais de mil municípios já se mostraram interessados em comprar o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantã em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

O governo Jair Bolsonaro vai editar uma Medida Provisória (MP) para abrir crédito de R$ 20 bilhões para compra de vacinas. Com a medida, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deve reforçar o discurso de que a sua pasta vai comprar e distribuir todas as vacinas disponíveis do País, incluindo a Coronavac.

"É o que queremos desde o início de outubro, quando o ministro [Eduardo Pazuello] anunciou a compra e, menos de 24 horas depois, foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro. O que questionamos é por que começar a vacinação apenas em março, se temos capacidade para fazê-lo em janeiro?", disse durante a cerimônia de inauguração de revitalização da ciclofaixa da Marginal Pinheiros, zona oeste paulistana.

Governador de SP, João Doria, segura caixa da CoronaVac
19/11/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Governador de SP, João Doria, segura caixa da CoronaVac 19/11/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

De acordo com Doria, a aquisição da vacina pelo Ministério da Saúde não atrapalharia as negociações paralelas que os governos estaduais e municipais têm feito com São Paulo, já que eles também seriam incorporados ao sistema nacional. Ele afirmou ainda que todos os Estados já estão preparados para aplicar a vacina, com seus respectivos planos de imunização traçados.

O número de municípios e Estados em negociação para a compra da Coronavac já é maior do que o anunciado por Doria na última quinta-feira, 10. Dentre as cidades que já manifestaram interesse na aquisição e foram citadas pelo governador, estão o Rio de Janeiro, Niterói e Salvador.

Na sexta-feira, 11, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), comentou sobre a MP do governo federal, com intenção de centralizar a compra de imunizantes, o que motivou reações sobre a possibilidade de um confisco por parte da gestão Bolsonaro. O ministério, porém, negou a ideia de confiscar esses produtos. "Esperamos que isso não aconteça, porque isso seria inconstitucional. Não há por que confiscar o que já oferecemos para compra desde outubro", rebateu Doria nesta manhã.

O governador também disse que, por enquanto, não há previsão de reabrir os hospitais de campanha do Estado, já que foi feito um novo consórcio com o setor privado para a oferta de 2 mil leitos de UTI para pacientes do coronavírus. Ao mesmo tempo, ele não descartou a possibilidade caso seja indicada pelo Centro de Contingência da Covid-19, comitê de especialistas do governo estadual. Hospitais paulistas de referências, como o Emílio Ribas e a Santa Casa de Misericórdia, já registram UTIs cheias.

'Quase não sinto cheiro'

Durante a inauguração da ciclovia na Marginal Pinheiros, Doria afirmou que a obra feita em parceria com o setor privado não precisou de qualquer investimento público, e que é mais um passo para "reintegrar a cidade" ao Rio Tietê e seus afluentes. "A próxima etapa será iluminar a ciclovia e instalar câmeras de segurança até o primeiro trimestre do próximo ano", anunciou.

De acordo com o governador, já foram feitas 61 mil obras no entorno do rio. Ele também reforçou os planos de inaugurar na região o que seria o maior cinema ao ar livre da América Latina. "Já imaginou assistir a um filme no meio do rio? Eu mesmo, hoje, quando chego aqui, quase não sinto o cheiro."

Estadão
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