Empresas participam de ações em força-tarefa contra covid-19
Nas últimas semanas, setor privado investiu em doações e em iniciativas para ampliar o acesso à informação
O crescente aumento no número de infectados e mortos com o novo coronavírus, a covid-19, tem preocupado tanto o setor público - muito por conta da sobrecarga do sistema de saúde -, quanto o setor privado. Enquanto alguns ficam em casa, mediante recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), governos e empresas tentam diminuir o avanço da pandemia.
O impacto que o novo coronavírus terá na economia global ainda é incerto, mas deve ser grande. Uma previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), realizada no início deste mês, é de que o Produto Interno Bruto (PIB) global atinja sua menor marca desde a última década.
Independentemente do baque, que por enquanto só pode ser estimado, algumas companhias e personalidades conhecidas têm se articulado para ajudar na luta contra o novo coronavírus. Doações de kits para teste da covid-19 e de máscaras, produção de álcool em gel e doações financeiras são algumas das ações do setor privado na pandemia.
Uma das personalidades mais engajadas no combate ao coronavírus é o fundador do Alibaba, Jack Ma. Em sua conta oficial no Twitter, o empresário anunciou doações de roupas para uso médico, kits de teste e máscaras para o continente africano e a Itália.
The first shipment of masks and coronavirus test kits to the US is taking off from Shanghai. All the best to our friends in America. 🙏 pic.twitter.com/LTn26gvlOl
— Jack Ma (@JackMa) March 16, 2020
O cofundador da Microsoft, Bill Gates, também anunciou medidas contra o avanço da covid-19. No caso do empresário americano, a ajuda será financeira. Ele doará para a OMS a quantia de US$ 100 milhões para pesquisa e desenvolvimento de uma vacina.
Entre as empresas, há alguns destaques, como, por exemplo, é o caso da marca chinesa de eletrônicos Xiaomi que, no início deste mês, anunciou a doação de 10 mil máscaras e suprimentos para a Itália.
#Xiaomi has donated supplies, including tens of thousands of masks, to Italy during this difficult time.
We entered the market less than two years ago and have continuously felt love and enthusiasm from everyone.#NoMiWithoutYou pic.twitter.com/NcEfSKw5FG
— Xiaomi (@Xiaomi) March 5, 2020
No Brasil, a rede de fast-food Burger King anunciou que doará parte do lucro líquido de cada sanduíche vendido para o Sistema Único de Saúde (SUS). A companhia brasileira de bebidas Ambev, por sua vez, produzirá 500 mil unidades de álcool em gel para hospitais públicos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
• Destinaremos ao SUS uma parte da receita líquida da venda de qualquer sanduíche vendido no Brasil, em restaurantes próprios, a partir do dia 16 de março até o final do mês.
— Burger King Brasil (@BurgerKingBR) March 17, 2020
Home office
Mediante as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas têm ficado em casa, e as empresas têm adotado o home office como regime de trabalho. Com colaboradores operando de maneira remota, a comunicação entre membros de uma mesma equipe pode virar um desafio.
Pensando no desafio de gerenciar colaboradores à distância em tempos de pandemia, algumas empresas passaram a oferecer suas soluções para gerenciamento de equipes de maneira gratuita. Foi o caso, por exemplo, do Google, com o Google Hangouts Meet, e da Microsoft, com o Microsoft Teams.
A ferramenta do Google, o Hangouts Meet, possibilita que equipes se reúnam em videoconferências, de até 100 membros em uma mesma chamada. Já a plataforma da Microsoft, o Microsoft Teams,permite, além das chamadas em vídeo, armazenamento de arquivos e bate-papo entre os usuários.
O setor público aposta na tecnologia
O foco total de muitos países é o de conter o avanço do novo coronavírus para aliviar a demanda no sistema público de saúde. É uma tática que foi divulgada, em 2007, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos em um estudo sobre evolução de pandemias. Afinal, quanto mais pessoas infectadas, mais pessoas procurarão atendimento, podendo provocar uma sobrecarga em hospitais e unidades de atendimento.
Na Itália, por exemplo, o sistema de saúde entrou em colapso devido à lentidão do governo em adotar medidas para conter a disseminação da covid-19. Não são poucos os relatos de equipes médicas italianas trabalhando horas afinco sem poder parar. Por lá, o número de infectados já ultrapassou a marca de 30 mil pessoas, de acordo com dados compilados da OMS.
Para evitar casos semelhantes aos da Itália, além de seguir as recomendações da OMS, governos ao redor do mundo têm utilizado a tecnologia como forma de instruir e orientar a população sobre a pandemia e o novo coronavírus.
O Google, em parceria com o governo dos Estados Unidos, por exemplo, deve lançar até a semana que vem, um site com informações sobre sintomas, riscos e orientações sobre a covid-19. Essa iniciativa ocorreu depois de um mal-entendido provocado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma coletiva na última sexta-feira (13).
“We are fully aligned and continue to work with the US Government to contain the spread of COVID-19, inform citizens, and protect the health of our communities. (1/6) https://t.co/eI1uXra6AB
— Google Communications (@Google_Comms) March 15, 2020
A aposta do Brasil, para conter o alastramento da pandemia, não foi em um site. O Ministério da Saúde lançou, na última semana, um aplicativo gratuito, intitulado “Coronavírus-SUS”, com informações sobre o novo coronavírus.
No aplicativo, o usuário também pode responder um “quiz” para verificação de sintomas, numa espécie de triagem virtual, ver um mapa com as unidades de atendimento mais próximas e ler dicas para prevenção da doença.