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Coronavírus

Estudo mostra que eficácia de vacina diminui contra Delta

90 dias após a 2ª dose de Pfizer ou AstraZeneca, a eficácia na prevenção de infecções caiu para 75% e 61% respectivamente

19 ago 2021 - 09h35
(atualizado às 09h52)
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Mulher recebe aplicação de vacina da AstraZeneca contra Covid-19 no estádio de Cwmbran, em Gales do Sul, Reino Unido
17/02/2021 Geoff Caddick/Pool via REUTERS
Mulher recebe aplicação de vacina da AstraZeneca contra Covid-19 no estádio de Cwmbran, em Gales do Sul, Reino Unido 17/02/2021 Geoff Caddick/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

Um estudo de saúde pública do Reino Unido descobriu que a proteção de qualquer uma das duas vacinas contra covid-19 usadas com mais frequência contra a hoje prevalente variante Delta do coronavírus diminui depois de três meses.

O estudo também apontou que as pessoas que são infectadas depois de receberem as duas doses da vacina da Pfizer-BioNTech ou da AstraZeneca podem representar um risco maior para os outros do que com variantes anteriores do coronavírus.

Com base em mais de três milhões de amostras de nariz e garganta coletadas em todo o país, o estudo da Universidade de Oxford revelou que, 90 dias após a segunda dose da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca, a eficácia na prevenção de infecções caiu para 75% e 61% respectivamente.

Trata-se de uma redução dos índices de 85% e 68%, respectivamente, vistos duas semanas após a segunda dose. A redução da eficácia foi mais pronunciada entre pessoas de 35 anos ou mais.

"Estas duas vacinas, com duas doses, continuam se saindo muito bem contra a Delta; quando você começa muito, muito alto, tem um caminho longo pela frente", disse Sarah Walker, professora de estatísticas médicas de Oxford e investigadora-chefe do estudo.

Walker não se envolveu na criação da vacina da AstraZeneca, desenvolvida inicialmente por especialistas de imunologia de Oxford.

Os pesquisadores não quiseram projetar o quanto mais a proteção declinará com o tempo, mas deram a entender que a eficácia das duas vacinas estudadas convergirá entre 4 e 5 meses após a segunda dose.

Ressaltando o risco acentuado de contágio da variante Delta, o estudo também mostrou que aqueles que se infectam apesar de estarem totalmente vacinados tendem a ter uma carga viral semelhante à de não-vacinados com uma infecção, uma deterioração clara em relação à época em que a variante Alpha ainda predominava no Reino Unido.

As descobertas de Oxford se alinham a uma análise do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e chegam no momento em que o governo norte-americano delineia planos para tornar doses de reforço de vacinas contra covid-19 amplamente disponíveis a partir do mês que vem em meio a um aumento de infecções da variante Delta. A entidade citou dados que indicam uma proteção declinante das vacinas ao longo do tempo.

Israel começou a administrar terceiras doses da vacina da Pfizer no mês passado para confrontar uma disparada de infecções locais impulsionadas pela Delta. Vários países europeus também devem começar a oferecer doses de reforço aos idosos e às pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.

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