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Coronavírus

Fiocruz: 17 Estados e o DF têm ocupação de UTIs acima de 80%

Dados foram divulgados na noite desta quarta-feira, 26. Especialistas alertam para o recrudescimento da pandemia nas próximas semanas

26 mai 2021 - 22h14
(atualizado às 22h39)
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Dezessete Estados e o Distrito Federal têm ocupação de 80% ou mais em seus leitos de UTI para covid-19, segundo novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na noite desta quarta-feira, 26. Na última semana epidemiológica (de 16 a 22 de maio), a análise mostra que houve aumento das taxas de incidência de novos casos de covid-19. Diante desse quadro, especialistas alertam para o recrudescimento da pandemia nas próximas semanas. O número médio de óbitos por dia deverá se elevar para um patamar de 2.200.

Entre os dias 17 e 24 de maio de 2021, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentaram ou se mantiveram estáveis, em níveis elevados, em praticamente todo o Brasil.

Paciente com Covid-19 na UTI de hospital em São Paulo (SP) 
17/03/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
Paciente com Covid-19 na UTI de hospital em São Paulo (SP) 17/03/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Nove unidades da Federação têm taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%. São elas: Piauí (91%), Ceará (92%), Rio Grande do Norte (97%), Pernambuco (98%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (95%), Mato Grosso do Sul (99%) e Distrito Federal (96%).

Nove Estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 80% e 89%. São eles: Roraima (83%), Tocantins (86%), Alagoas (89%), Bahia (83%), Minas Gerais (80%), Rio de Janeiro (83%), São Paulo (80%), Mato Grosso (87%) e Goiás (84%). Apenas dois estão fora da zona de alerta: Acre (47%) e Amazonas (57%).

Outra questão preocupante é o rejuvenescimento da pandemia, que se espalha entre pacientes que não são idosos. Associado à circulação de novas variantes do vírus no País, o fenômeno torna mais críticas às consequências entre grupos mais jovens.

O estudo conclui que a maior exposição desta faixa etária está associada a condições precárias de trabalho e transporte, além da retomada de atividades econômicas e de lazer. Medidas de afrouxamento das restrições têm sido tomadas em diversos Estados e municípios, que flexibilizaram restrições vigentes em março.

"Esse contexto vai gerar novas pressões sobre todo o sistema de saúde. O aumento no número de internações, demonstrado pelo novo aumento das taxas de ocupação dos leitos de UTI, é resultado desse novo quadro da pandemia no Brasil", aponta o boletim.

Os pesquisadores destacam que é premente a necessidade de intensificação de ações de vigilância em saúde e o reforço de estratégias de testagem de casos suspeitos e seus contatos (incluindo a vigilância genômica). Além disso, pedem controle de voos internacionais e manutenção de restrições a eventos de massa e atividades que promovam a interação e infecção de grupos suscetíveis.

Para evitar o agravamento da pandemia e novo colapso do sistema de saúde, o boletim pede que o governo federal "assuma um papel de liderança e responsabilidade no desenvolvimento de estratégias coerentes, destinadas à prevenção da transmissão da doença no País". Isso incluiria a adoção de medidas como bloqueios e lockdown para reduzir a circulação do vírus e enfrentar o aumento do número de casos.

Estadão
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