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Coronavírus

França reabre lojas, mas bares e restaurantes ficam fechados

Alemanha deverá permitir reuniões de até 10 pessoas nas festas do fim do ano, enquanto Espanha cogita festividades limitadas a 6 participantes

25 nov 2020 - 09h55
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PARIS — O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na terça-feira, 24, um plano de três etapas para suspender progressivamente a segunda quarentena imposta no país para combater a covid-19 e que está em vigor desde 30 de outubro.

O novo planejamento permitirá que as pessoas passem as festas de fim de ano com suas famílias, mas ainda proíbe grandes aglomerações nas ruas, além de manter bares e restaurantes fechados até 20 de janeiro.

O toque de recolher das 21h às 7h, imposto em meados de outubro, continuará em vigor, com exceções para os dias dias 24 e 31 de dezembro.

Na primeira etapa, que começa neste sábado, o comércio não essencial vai reabrir, seguindo um protocolo sanitário rígido e com o funcionamento até as 21h.

Já na segunda fase, prevista para 15 de dezembro e que só entrará em vigor caso os números de novos casos e internações pela covid-19 continuem caindo, serão reabertos teatros, cinemas e museus.

Macron afirmou que o relaxamento só foi possível porque nas últimas três semanas o país teve queda na contaminação pelo coronavírus. Ainda assim, pediu para que as medidas continuassem a ser respeitadas para evitar uma terceira onda da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, a França registrou 9.155 novos casos nas últimas 24 horas — número baixo em comparação com semana anterior, que registrou, em um só dia, 45 mil novas contaminações. As hospitalizações foram reduzidas em 859, chegando ao total de 30.622, a queda mais acentuada desde o início da nova quarentena. O número de pessoas em cuidados intensivos foi reduzido em 165, totalizando 4.289.

Se a tendência se mantiver, a terceira etapa, prevista para 20 de janeiro, vai permitir a reabertura de bares, restaurantes e academias. As universidades também vão poder voltar a ter aulas presenciais a partir dessa data — as creches e o ensino fundamental e médio não pararam de funcionar na nova quarentena.

Por fim, Macron disse que iniciará uma campanha de vacinação entre o final de dezembro e início de janeiro, começando com os mais vulneráveis e idosos. A vacina não será obrigatória.

Limite de pessoas na Alemanha

Outros países da Europa também pretendem aliviar as restrições para as festas de fim de ano. Na Alemanha, os 16 Estados deverão permitir reuniões de até 10 pessoas no Natal e Ano Novo, para que famílias e amigos comemorem juntos.

O planejamento ainda é um esboço feito por cada unidade federativa e deve ser discutido com a chanceler Angela Merkel nesta quarta-feira.

Para permitir o relaxamento, os representantes dos Estados concordaram em estender a "quarentena leve", adotada no dia 2 deste mês, até 20 de dezembro. Assim, bares, restaurantes e outros locais de entretenimento vão ficar fechados, enquanto escolas e lojas continuarão abertas.

As autoridades também concordaram em reduzir para cinco o número permitido de pessoas em reuniões. A ideia é reduzir ao máximo os novos casos da covid-19 antes das festas de fim de ano.

O prefeito de Berlim, Michael Mueller, disse à emissora de TV ARD que está confiante de que as medidas serão aprovadas. Caso seja adotada, a flexibilização entrará em vigor entre 23 de dezembro até o 1º de janeiro.

"O Natal e outras festividades de fim de ano devem ser possíveis como celebrações com a família e amigos, mesmo neste ano incomum, embora em menor escala", diz um documento com o esboço das medidas.

Fogos de artifícios não serão proibidos na véspera do Ano Novo, mas não serão permitidas festas nas ruas e em áreas públicas para evitar aglomerações.

Embora tenha um número de infecções e mortes pela covid-19 mais baixo do que o restante da Europa, um aumento exponencial de casos da doença obrigou a Alemanha a adotar as novas restrições. Nas últimas 24h, o país registrou mais 13 mil novos casos. O número de mortos desde o início da pandemia é de 14.361.

Natal e Réveillons diferentes

As quatro nações do Reino Unido também concordaram em relaxar as restrições para o Natal e permitir que até três famílias se reúnam em ambientes internos entre os dias 23 e 27 de dezembro. Os encontros não podem acontecer em locais de hospedagem nem de entretenimento.

Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte adotaram abordagens diferentes para lidar com a pandemia até agora, mas seus líderes decidiram estabelecer uma política comum para o período festivo, segundo anunciaram nesta segunda-feira.

Na Inglaterra, uma quarentena nacional terminará na próxima semana. Segundo o primeiro-ministro Boris Johnson, o país deve voltar ao sistema anterior, em que cada região recebe um alerta específico dependendo da situação da pandemia.

O governo espanhol também deve propor um Natal e um Ano Novo "diferentes", permitindo apenas seis pessoas por festa. É o que diz uma reportagem do jornal El Mundo da terça-feira, citando esboços de um documento do Ministério da Saúde que deve ser discutido com as demais autoridades regionais do país.

Ainda segundo o jornal, famílias com mais de seis pessoas morando juntas ainda poderiam festejar sem o limite de seis pessoas. O início do toque de recolher também deve mudar, de 23h para 1h da madrugada, nos dias 24 e 31 de dezembro.

Em uma entrevista coletiva para anunciar um plano de vacinação de âmbito nacional que deve começar em janeiro, o ministro da Saúde, Salvador Illa, não quis confirmar nem negar a notícia.

Os chefes regionais de saúde ainda podem introduzir mudanças. O governo da Catalunha disse na semana passada que queria permitir reuniões de até 10 pessoas no Natal.

A Espanha é um dos países mais afetados na Europa pela pandemia, com mais de 1,58 milhão de casos e 43 mil mortos. O país impôs um estado de emergência de seis meses em outubro, dando às regiões apoio legal para decretar toques de recolher e outras restrições.

De acordo com Illa, o ministro da Saúde, idosos em clínicas de repouso e seus funcionários serão os primeiros a receber a vacina, em janeiro. Os demais profissionais de saúde serão os seguintes.

A população será dividida em 18 grupos, de acordo com o calendário de vacinação, previsto para durar seis meses. A vacina não será obrigatória e será gratuita.

Por meio dos acordos firmados pela Comissão Europeia com os principais fornecedores das potenciais vacinas contra a covid-19, a Espanha espera obter um total de 140 milhões de doses, o suficiente para vacinar 80 milhões de pessoas, quase o dobro da população de 47 milhões, disse Illa. Ele acrescentou que algumas doses serão compartilhadas com os países mais pobres.

Loja de brinquedo em Nice, França.   REUTERS/Eric Gaillard
Loja de brinquedo em Nice, França. REUTERS/Eric Gaillard
Foto: Reuters
Estadão
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