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Coronavírus

Governo Bolsonaro ignorou 53 e-mails da Pfizer, diz Randolfe

Vice-presidente da CPI da Covid descreve que o último contato, de 2 de dezembro, é um "e-mail desesperador" da farmacêutica

4 jun 2021 - 16h04
(atualizado às 16h29)
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Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19 (Pedro França/Agência Senado)
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19 (Pedro França/Agência Senado)
Foto: LANCE!

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou na manhã desta sexta-feira, 4, que, ao todo, a gestão Jair Bolsonaro deixou de responder 53 e-mails da farmacêutica Pfizer enviados para pedir um posicionamento sobre a compra de vacinas para a covid-19.

Randolfe disse, em sua conta no Twitter, que a informação faz parte das investigações feitas pela CPI da Covid no Senado, da qual é vice-presidente.

Em uma sequência de mensagens, o senador afirmou que a "omissão na aquisição de vacinas da Pfizer acontecia ao mesmo tempo que o nosso Itamaraty pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxicloroquina a uma empresa brasileira" e classificou a ação do Ministério das Relações Exteriores no caso como "advocacia administrativa" - patrocinar interesse privado por meio da administração pública, crime previsto no Código Penal.

"O último, datado de 2 de dezembro de 2020, é um e-mail desesperador da Pfizer pedindo algum tipo de informação porque eles queriam fornecer vacinas ao Brasil", escreveu o senador.

O presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, ex-presidente da empresa no Brasil, que esteve na CPI da Covid há duas semanas, havia informado aos senadores que entregaria toda a sequência cronológica de tentativas de negociação da farmacêutica com o governo federal no ano passado, enquanto a vacina era produzida. Durante o depoimento, ele citou nove tentativas de contato, que não tiveram resposta - nem negativa nem positiva.

Na ocasião, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, chegou a dizer que ao menos mais 4 milhões de doses da vacina teriam chegado neste semestre caso um acordo tivesse sido fechado no momento em que a empresa fez a primeira oferta, em agosto do ano passado.

Procurados, o Ministério da Saúde e o gabinete da Presidência não se manifestaram.

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Estadão
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