Governo considera mulher morta e nega auxílio emergencial
Desempregada conta que não há nenhum problema com os seus documentos e pede socorro para receber o benefício
"Estou viva". Foi essa mensagem de desespero que a gaúcha de Porto Alegre Paola Carvalho, diretora da Rede Brasileira de Renda Básica, recebeu da paulistana Tânia Aparecida Gonçalves, há mais de 20 anos sem emprego formal. Antes da covid-19, ela fazia bicos sendo cobaia para testes de produtos para as empresas. Teve o pedido de auxílio emergencial negado pelo governo. Motivo: falecimento.
Com uma página no Facebook que acabou sendo um canal de ajuda e acolhimento para aqueles que têm seu pedido de auxílio recusado, Paola foi encontrada por Tânia por uma dica de um pessoa próxima que ajudou na comunicação via rede social. "Ela começou a mandar fotos para mim de que não estava morta", conta Paola. De Porto Alegre, Paola buscou ajuda em São Paulo para resolver o problema. Mas até agora o benefício não foi concedido.
Ao Estadão, Tânia conta que não há nenhum problema com os seus documentos e insiste no pedido de socorro: "Você vai me ajudar?", pergunta à repórter. "Juro que estou viva".
Para Paola, o drama de Tânia se junta a tantos outros que tiveram seu pedido negado e não conseguem canal de comunicação para mostrar que o cruzamento de dados do governo pode ser impreciso e ter falhas.