Governo desiste de parcela extra do seguro-desemprego
Governo se juntou às entidades patronais e derrotou a proposta em reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo aos Trabalhadores
Trabalhadores que perderam o emprego entre 20 de março e 31 de julho não terão parcelas extras do seguro-desemprego, como defendiam as centrais sindicais. O governo se juntou às entidades patronais e derrotou a proposta em reunião nesta quarta-feira, 4, do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo aos Trabalhadores (Codefat).
Apesar da bancada dos trabalhadores no colegiado - composta por representantes CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT - ter votado a favor do pagamento de duas parcelas extras do benefício aos demitidos durante a pandemia de covid-19, a proposta não contou com os votos dos empregadores e do governo.
O colegiado tem 18 integrantes indicados por trabalhadores, empresas e governo. Cada categoria tem seis assentos no conselho, e apenas os seis votos das centrais foram favoráveis à ampliação do seguro-desemprego.
De acordo com as centrais sindicais, os pagamentos adicionais atenderiam cerca de 2,7 milhões de trabalhadores que estariam desempregados e sem acesso a outros programas sociais.
As entidades alegam que a crise no mercado de trabalho já dura mais de seis, enquanto o número médio de parcelas do seguro desemprego está em quatro (o máximo é cinco, a depender da duração do contrato rescindido). Quem foi dispensado no início da crise pode já estar sem o benefício e, ao mesmo tempo, sem poder solicitar o auxílio emergencial criado para socorrer os mais vulneráveis, uma vez que o cadastro foi finalizado no início de julho.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, o custo de cada parcela adicional era estimado pela equipe econômica em R$ 8,35 bilhões. Os dois pagamentos adicionais, portanto, significariam uma despesa extra de R$ 16,7 bilhões para do governo federal.