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Coronavírus

Governo Trump pressionou Brasil a rejeitar Sputnik V

É o que aponta um documento do Departamento de Saúde dos EUA

16 mar 2021 - 08h56
(atualizado às 09h25)
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O último relatório anual do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, elaborado ainda no governo de Donald Trump, afirma que o país agiu para persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa anti-Covid Sputnik V.

Frascos com adesivo "Vacina Sputnik V", em foto de ilustração
12/03/2021
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Frascos com adesivo "Vacina Sputnik V", em foto de ilustração 12/03/2021 REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Foto: Reuters

O documento é assinado pelo ex-secretário de Saúde Alex Azar e diz que o Gabinete de Assuntos Globais (OGA, na sigla em inglês) do departamento usou "relações diplomáticas na região das Américas para mitigar esforços de Estados, incluindo Cuba, Venezuela e Rússia, que estão trabalhando para aumentar sua influência em detrimento da segurança dos EUA".

Segundo o relatório, o OGA agiu em coordenação com outras agências do governo para "fortalecer laços diplomáticos e oferecer assistência técnica e humanitária para dissuadir países da região de aceitar auxílio desses Estados mal-intencionados".

"Entre os exemplos estão o uso do Adido de Saúde da OGA para persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa contra a Covid-19 e o oferecimento de assistência técnica do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] ao Panamá, no lugar de aceitar uma oferta de médicos cubanos", afirma o documento.

O relatório está disponível desde janeiro, mas ganhou destaque na última segunda-feira (15), após ser divulgado na conta oficial relativa à Sputnik V no Twitter. "Os países devem trabalhar juntos para salvar vidas. Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e custam vidas", afirma o perfil do imunizante na rede social.

Na última segunda, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, divulgou um cronograma de entrega de vacinas anti-Covid que prevê a chegada de 10 milhões de doses da Sputnik V ao Brasil, sendo 400 mil em abril, 2 milhões em maio e 7,6 milhões em junho.

A aquisição será feita através do laboratório brasileiro União Química, que ainda não apresentou pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Além disso, um consórcio de governadores do Nordeste anunciou a compra de mais 37 milhões de doses da Sputnik V. 

Ansa - Brasil
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