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Coronavírus

Grande sino de Notre-Dame toca mais uma vez no aniversário de incêndio

16 abr 2020 - 13h23
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Um ano após um incêndio em Notre-Dame de Paris assombrar o mundo, o grande sino da catedral tocou pela capital nesta quarta-feira em homenagem à resistência do marco gótico e aos médicos que lutam contra a epidemia do coronavírus.

Homem com máscara de proteção passa pela frente da catedral de Notre-Dame de Paris, enquanto o sino tocava. 15/4/2020. REUTERS/Gonzalo Fuentes
Homem com máscara de proteção passa pela frente da catedral de Notre-Dame de Paris, enquanto o sino tocava. 15/4/2020. REUTERS/Gonzalo Fuentes
Foto: Reuters

O sino de Bourdon tinha soado apenas uma vez desde 15 de abril de 2019, quando eclodiu o incêndio que consumiu o pináculo e o teto e, segundo as autoridades, ficou a meia hora de destruir totalmente a catedral de 850 anos.

Três pessoas com trajes e máscaras de proteção para se proteger do chumbo tóxico disperso durante o incêndio, revezaram-se em uma corda no alto do campanário do sul para balançar o badalo da campainha por cinco minutos.

O sino soou às 20h (15h, pelo horário de Brasília), no momento em que os parisienses saíam para suas varandas e apoiavam-se em suas sacadas para aplaudirem os médicos e os profissionais na linha de frente, que arriscam suas vidas para tratar pacientes com Covid-19. O surto do vírus já matou mais de 17 mil pessoas na França.

"A restauração de Notre-Dame... é um símbolo da resistência do nosso povo, da capacidade de superar adversidades e se recuperar", disse o presidente Emmanuel Macron.

Doze meses atrás, os parisienses margeavam o rio Sena, alguns de mãos dadas, outros cantando hinos e acendendo velas enquanto o fogo devastava um símbolo da identidade francesa.

Na época, o Papa Francisco falou da tristeza que sentia pelo povo francês, que lamentava a devastação de Notre-Dame. Uma dessas pessoas foi o artista local Frederique Galey-Jacob, que voltou à catedral nesta quarta-feira para retratar a cena.

"Isso me permitiu expressar meus sentimentos, lutar contra o sentimento de impotência que sentimos enquanto queimava", disse Galey-Jacob. "É uma necessidade, não sei como explicar."

Quando o bourdon parou de tocar, aplausos surgiram ao longo das ruas circunvizinhas.

Macron reiterou a promessa de reconstruir Notre-Dame em cinco anos, mas as obras para garantir a solidez estrutural da catedral estão com meses de atraso, primeiramente por causa das tempestades de inverno e agora devido à pandemia.

"Nosso objetivo é preparar a catedral para uma missa em 16 de abril de 2024", disse Jean-Louis Georgelin, general aposentado do Exército que lidera o projeto de restauração. "É claro, isso não significa que tudo estará terminado."

Mas o campanário sul da catedral, que abriga o sino de 13 toneladas forjado em 1681, o segundo maior do país, está estruturalmente intacto.

O sino é tradicionalmente tocado para grandes celebrações religiosas, visitas papais e funerais presidenciais, e soou apenas uma vez desde o incêndio, em setembro, em homenagem ao ex-presidente Jacques Chirac, que morreu naquele mês.

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