Grupos pedem que Universidade fechada no Rio vire hospital
Lideranças comunitárias de bairros da Zona Norte do Rio enviaram carta ao Ministério da Saúde, ao governo do Estado e à prefeitura do Rio.
Em carta enviada ao Ministério da Saúde, ao governo do Estado e à prefeitura carioca, lideranças comunitárias de bairros da zona norte do Rio, responsáveis por páginas no Facebook, pedem que os prédios da Universidade Gama Filho sejam reabertos e possam ser adaptados como hospital de emergência, durante os períodos críticos de contaminação pelo coronavírus no Brasil. O local foi referência por muitos anos de vários cursos, notadamente o de Medicina, onde contou com a presença de um aluno hoje conhecido nacionalmente – o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Aquele espaço poderia ser ocupado e usado como hospital de campanha para tratamento dos casos mais graves relacionados ao coronavírus. Embora abandonado, ali existe uma estrutura mínima em condições de ser reaproveitada”, disse Bruno Jesus, criador de um perfil no Facebook: Cascadura - Caminhos do Subúrbio.
"Estamos fazendo esse apelo convictos de que isso ajudaria bastante no atendimento de quem mora na zona norte da cidade." Bruno levou a ideia adiante após o assunto vir à tona em grupos de discussão na Internet. "É uma reivindicação coletiva."
A Gama Filho, localizada no bairro de Piedade, tornou-se uma das principais instituições de ensino superior privado do país, procurada até mesmo por estudantes do exterior. Fundada em 1951, passou a abrigar o curso de Medicina a partir de 1965.
Paralisou suas atividades em 2014, por decisão do Ministério da Educação, que a descredenciou por apresentar ‘grave comprometimento” de sua situação econômico-financeira – as dívidas acumuladas, à época, superavam R$ 900 milhões. Desde então, o campus da universidade ficou abandonado e hoje suas instalações e laboratórios estão sucateados, as janelas quebradas, as tubulações comprometidas por falta de manutenção e infiltrações se espalham pelo conjunto de salas.
O documento remetido para os entes públicos contou com a adesão de grupos de moradores de bairros ao redor do campus da Gama Filho, como Engenho de Dentro, Cascadura, Tomás Coelho e Engenheiro Leal, entre outros.