Indonésia aprova vacina chinesa Sinovac para uso em idosos
A Indonésia aprovou a vacina para covid-19 da Sinovac Biotech para uso em idosos, de acordo com uma carta da agência de alimentos e medicamentos do país, o que pode potencialmente alterar a estratégia do país, que tem priorizado a aplicação do imunizante em sua população economicamente ativa.
Essa estratégia foi adotada em parte devido aos dados limitados sobre a segurança da vacina para os idosos, de acordo com as autoridades.
A agência reguladora BPOM disse em carta vista pela Reuters que autorizou o uso para idosos da CoronaVac, nome da vacina da Sinovac, "tendo em conta a situação de emergência da pandemia de covid-19 e as informações limitadas sobre os benefícios e segurança dessa vacina".
O documento foi enviado ao parceiro indonésio de Sinovac, a estatal Bio Farma.
Um porta-voz da força-tarefa para covid-19 do país, Wiku Adisasmito, confirmou a autenticidade da carta.
A Bio Farma confirmou o recebimento da carta, mas não forneceu maiores detalhes.
O início do programa de vacinação com o imunizante da Sinovac na Indonésia no mês passado envolve 3 milhões de doses, direcionadas a trabalhadores médicos e funcionários públicos.
Dados do governo mostram que quase 800.000 pessoas já receberam sua primeira dose, mas autoridades disseram que a contagem deve alcançar 25 milhões até o final de março.
A Indonésia, que já registrou mais de 31.000 mortes por covid-19, pretende vacinar mais de 180 milhões de pessoas, ou cerca de dois terços de sua população de 270 milhões, em prazo de um ano.
Vários países que já iniciaram a vacinação, como Estados Unidos e Grã-Bretanha, têm priorizado os idosos, que são mais vulneráveis a doenças respiratórias.
O Ministério da Saúde da Indonésia não quis responder um pedido de comentários, embora tenha dito os idosos estão programados para receber a vacina até abril.
A chinesa Sinovac disse neste sábado que sua vacina CoronaVac foi aprovada para uso pelo público em geral pelo regulador de produtos médicos da China.
Um ensaio de Fase I e II na China mostrou que a vacina pode desencadear com segurança uma resposta imunológica para participantes mais velhos, mas a Sinovac alertou que os dados sobre a taxa de proteção entre pessoas com 60 anos ou mais eram "limitados".
"Quando as instituições competentes usam esta vacina, a necessidade de inocular este produto deve ser avaliada levando-se em consideração o estado de saúde e o risco de exposição dessa faixa etária", afirmou a empresa.
Pandu Riono, epidemiologista da Universidade da Indonésia, disse que "se quisermos conter o número de hospitalizações, devemos buscar imunização para os idosos".