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Coronavírus

Itália se prepara para novo decreto com medidas anti-Covid

Escolas e empregos são considerados prioridades em rascunho

17 out 2020 - 09h41
(atualizado às 09h57)
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Após bater recordes de contágios diários e ver o número de mortes causadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) aumentar, o governo italiano deve anunciar um novo decreto entre esse domingo (18) e segunda-feira (19), informam fontes políticas após uma reunião ministerial que começou na sexta-feira (16) e terminou na madrugada deste sábado (17).

Manifestante em protesto contra medidas restritivas em Nápoles, sul da Itália
Manifestante em protesto contra medidas restritivas em Nápoles, sul da Itália
Foto: ANSA / Ansa

Entre as principais medidas, está o incentivo ao chamado "smart working", ou seja, fazer com que cerca de 70% a 75% dos trabalhadores consigam exercer suas funções a partir de casa, fazendo com que se dirijam ao local de trabalho apenas aqueles que não tiverem como adaptar suas operações. Além disso, o governo quer que as empresas façam horários de trabalhos alternativos, para evitar grandes aglomerações nos transportes públicos.

O rascunho do documento, no entanto, poupa as escolas, que permanecem como prioridade para continuar funcionando plenamente. Por isso, devem ser mais atingidos os setores de serviços e entretenimento, como bares, restaurantes, salões de beleza e estética, cinemas, teatros e casas de jogos, que devem ter regras mais restritivas novamente. Também devem ser afetados os esportes amadores, com um novo fechamento de estádios e ginásios.

Um dos principais alvos do decreto será o que os italianos chamam de "movida", o happy hour após uma jornada de trabalho.

Uma das ideias é controlar os horários de funcionamento de bares e restaurantes à noite para evitar as aglomerações.

Um lockdown nacional, nos modelos daquele que vigorou entre 10 de março e 1º de maio, porém, está descartado no momento. "Se eu olho os números dos outros países, vejo que as novas medidas são necessárias para evitar chegar aquele nível", teria dito o ministro da Saúde, Roberto Speranza, durante o encontro.

"A ideia de base é endurecer as medidas com uma distinção fundamental entre atividades essenciais e não essenciais porque nós temos a necessidade de limitar os contágios. Intervimos agora com mais força sobre as coisas não essenciais para evitar ter que agir amanhã contra as coisas essenciais que, para o governo, são representadas pelo trabalho e pela escola", acrescentou Speranza.

Neste sábado, a conversa está ocorrendo entre o governo central e os governadores das regiões italianas. Apesar de Roma definir as diretrizes mínimas do que deve ser feito, o premiê Giuseppe Conte, na divulgação do último decreto, liberou que cada região decida o que fazer para controlar o avanço da doença de acordo com a situação local.

Por conta disso, regiões como a Campânia, a Lombardia e o Piemonte anunciaram regras mais duras para o funcionamento, especialmente, de bares e restaurantes que já estão em vigor.

Nesta sexta-feira, pela primeira vez desde 28 de fevereiro, data em que os números da pandemia de Covid-19 começaram a ser divulgados diariamente, a Itália ultrapassou a barreira dos 10 mil contágios em 24 horas. A "boa" notícia é que a quantidade de óbitos provocados pelo vírus não está aumentando no mesmo ritmo - apesar da média móvel de casos em sete dias apresentar uma alta de 126% na comparação com os dados de 14 dias atrás.

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Ansa - Brasil
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