Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Coronavírus

Juro bancário médio cai em 2020, mas taxa do cartão de crédito avança

Taxa fechou o ano em 25,5% ante 33,4% em dezembro de 2019; no cartão, o juro passou de 318,8% ao ano para 328,1%

28 jan 2021 - 11h07
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - Em meio aos efeitos da pandemia do coronavírus sobre a economia, a taxa média de juros no crédito livre (recursos que os bancos podem emprestar sem seguir regras do governo) fechou 2020 em 25,5% ao ano, informou nesta quinta-feira, 28, o Banco Central. Em dezembro de 2019, essa taxa estava em 33,4% ao ano.

Os dados apresentados pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas - em especial, nos meses de março e abril de 2020. Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre (que exclui as operações do BNDES, do crédito rural e de financiamentos imobiliários) terminou o ano em 37% ao ano, contra os 46% cobrados em dezembro de 2019. A taxa média cobrada das empresas passou de 16,3% ao ano em dezembro de 2019 para 11,7% ao ano em dezembro de 2020.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 247,6% ao ano em dezembro de 2019 para 115,6% ao ano em dezembro de 2020.

Desde julho de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em 6 de janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao ano (151,82% ao ano).

Além da limitação do juro, os dados refletem uma revisão realizada na série histórica do BC. De acordo com a autarquia, os números passaram a considerar o fato de alguns bancos cobrarem juro no cheque especial apenas após dez dias de atraso no pagamento da fatura. Antes, era considerado todo o período de atraso. Essa mudança fez com que o nível do juro no cheque especial, na nova série histórica, fosse menor em anos anteriores.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), fechou 2020 em 18,4% ao ano. Em dezembro de 2019, estava em 22,6%.

A queda dos juros bancários médios e das operações com pessoas físicas aconteceu em um momento de recuo da taxa básica de juros da economia. No ano passado, a Selic foi baixada pelo BC para 4,5% ao ano (dezembro de 2019) para 2% ao ano (mínima histórica), patamar atual.

De acordo com o BC, o chamado "spread" bancário (diferença entre quanto bancos pagam pelos recursos e quanto cobram dos clientes) médio passou de 27,9 pontos porcentuais, em dezembro do ano passado, para 20,9 pontos porcentuais no fechamento de 2020 - uma queda de sete pontos.

Cartão de crédito

A taxa média do cartão de crédito rotativo de pessoa física passou de 318,8% ao ano em dezembro de 2019 para 328,1% ao ano em dezembro do ano passado.

O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro dessa rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 293,3% para 301,9% ao ano de novembro para dezembro. Nesse caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

A taxa de juros da modalidade rotativo não regular terminou em 347,7% ao ano - aqui estão incluídas as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro ficou em 148,9% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou terminou em 55,8%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

A taxa de inadimplência média dos bancos do crédito com recursos livres, por sua vez, recuou no ano passado, de 2,9%, em dezembro de 2019, para 2,1% no mesmo mês de 2020. No caso das operações com pessoas físicas, a inadimplência passou de 3,5% em dezembro de 2019 para 2,8% no fim de 2020, e nas empresas, caiu de 2,1% para 1,2% na mesma comparação.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade