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Coronavírus

Maierovitch se diz "espantado" com Nise Yamaguchi

Maierovitch critica atuação da colega de profissão que integraria o suposto "gabinete paralelo"

11 jun 2021 - 13h13
(atualizado às 13h37)
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Convidado para depor à CPI da Covid, o médico sanitarista Cláudio Maierovitch criticou o comportamento de colegas de profissão que integrariam o suposto "gabinete paralelo" de assessoria ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia. Sobre a médica Nise Yamaguchi, que à comissão negou fazer parte de um assessoramento paralelo, Maierovitch disse ter ficado "espantado". "Fui colega de faculdade. Sabendo da experiência anterior, agora assumindo posições e defesa de atitudes anticientíficas, eu estranhei muito", afirmou o sanitarista, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O cientista Claudio Maierovitch depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta sexta-feira (11), no Senado Federal em Brasília (DF), para falar sobre políticas públicas eficientes e ineficientes no combate à pandemia. (Wallace Martins/Futura Press)
O cientista Claudio Maierovitch depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta sexta-feira (11), no Senado Federal em Brasília (DF), para falar sobre políticas públicas eficientes e ineficientes no combate à pandemia. (Wallace Martins/Futura Press)
Foto: Futura Press

Sobre o virologista Paolo Zanotto, Maierovitch fez as mesmas considerações e ainda pontuou que, apesar de o médico opinar com frequência sobre tratamento precoce, essa não é a área de estudo de Zanotto. "Com todo respeito, ele é um biólogo, virologista, não foi formado para tratar pessoas", disse o médico. Ele ainda classificou o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-PR) como alguém hoje mais atuante na política do que na Medicina.

"Alguma coisa aconteceu, algum vírus provavelmente não biológico, que acometeu pessoas que tinham trajetória importante, mas enveredaram em oposição ao conhecimento científico", afirmou Maierovitch.

Ele e a microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Natalia Pasternak, que também fala à CPI nesta sexta-feira, avaliaram que bons quadros técnicos hoje não estariam dispostos a trabalhar no governo Bolsonaro. "Muitos quadros técnicos que conheço não se disporiam a trabalhar. O que muitos falam é 'não vou sujar meu nome, meu currículo, trabalhando nesse meio'", disse o médico.

Maierovitch foi endossado por Pasternak. "É um meio negacionista. Muitos bons cientistas e técnicos não se sentem confortáveis de trabalhar em governo em que a ciência está sendo negada e atacada, os coloca em situação muito difícil", afirmou.

Estadão
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