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Coronavírus

Mandetta conversa com embaixador chinês após atritos

Embaixador afirmou que ele e Mandetta concordaram em reforçar a cooperação bilateral entre os países para combate à Covid-19

7 abr 2020 - 19h46
(atualizado às 20h01)
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BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, buscou o governo chinês para defender um "esforço comum" entre os países que viabilize a entrega de equipamentos de saúde ao Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Mandetta conversou por telefone, nesta terça-feira (7), com o embaixador chinês, Yang Wanming, que recentemente protagonizou desentendimentos com um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e com o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

"Fizemos contato com a China para que cada contrato que fizermos possamos fazer isso contando com o apoio da Embaixada da China no Brasil. A gente sabe da importância desse esforço comum neste momento para garantir que possamos ter esses equipamentos aqui", disse Mandetta durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta
Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta
Foto: AFP / BBC News Brasil

O ministro da Saúde estava ao lado do ministro da Secretaria de Governo, Walter Braga Netto, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao deixar o local, Mandetta justificou que teria nova conversa por videoconferência com os chineses para tratar da entrega de 40 milhões de máscaras de proteção até a próxima semana.

Nesta terça, Mandetta voltou a dizer que, em alguns casos, será necessário enviar aviões brasileiros para viabilizar o transporte dos equipamentos, que enfrentam dificuldades por causa das restrições em diversos países.

No Twitter, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, contou que ele e Mandetta concordaram em reforçar a cooperação bilateral entre os países. "Nesta tarde, na conversa telefônica com Min. Luiz Henrique Mandetta, coincidimos em reforçar a cooperação bilateral, especialmente entre os dois ministérios da saúde, para compartilhar experiências do combate à Covid-19 em prol do enfrentamento conjunto deste desafio global", escreveu o ministro.

Na madrugada de segunda-feira (6), a Embaixada da China no Brasil se posicionou contra uma publicação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em sua conta oficial no Twitter, o ministro insinuou que a China vai sair "fortalecida" da crise atual causada pela covid-19.

"Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamentes absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil", diz a nota divulgada no Twitter da Embaixada. O comunicado afirma ainda que "o lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude".

Weintraub, por sua vez, negou que tenha cometido racismo contra o povo chinês. Em entrevista ao programa do jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, o ministro afirmou não ter sido preconceituoso e atacou o governo chinês, afirmando que o país teria retido informações sobre a pandemia do novo coronavírus para agora vender respiradores e equipamentos de proteção individual, como máscaras, a preço de leilão, e condicionou um pedido de desculpas à venda de 1 mil respiradores da China para o Brasil.

Estadão
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