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Coronavírus

Mundo precisa retomar vigilância de saúde pública na luta contra a Covid-19, diz OMS

8 mai 2020 - 16h38
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O mundo precisa retomar "princípios básicos" de vigilância de saúde pública se quiser controlar o surto de coronavírus, disse o principal especialista de emergências de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

Mike Ryan, especialista de emergências sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS)
06/02/2020
REUTERS/Denis Balibouse
Mike Ryan, especialista de emergências sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS) 06/02/2020 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

A OMS, que está enfrentando um déficit de financiamento de 1,3 bilhão de dólares em meio ao esforço de combate à Covid-19, emitiu o apelo por mais vigilância no momento em que muitos países, como Estados Unidos, Suíça, México e Alemanha, se empenham em reativar suas economias, abaladas pela pandemia.

Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS, disse durante um briefing à mídia em Genebra que todas as nações deveriam se concentrar nos pontos essenciais da luta global contra o coronavírus: rastrear possíveis infecções novas, identificá-las, confirmá-las e depois separar os contaminados para salvar outros da doença.

"Parecemos... estar evitando a realidade desconfortável de que precisamos voltar à vigilância de saúde pública", disse Ryan no briefing. "Precisamos voltar para onde deveríamos estar meses atrás: encontrar casos, rastrear casos, examinar casos, isolar pessoas com exames positivos, colocar contatos em quarentena".

Os temores do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em relação ao financiamento surgiram no mês passado depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, instruiu seu governo a suspender temporariamente sua contribuição à agência da Organização das Nações Unidas (ONU). Autoridades norte-americanas estão exigindo uma reforma da OMS, já que dizem que ela lidou mal com a crise do coronavírus.

Nesta sexta-feira, Ryan fez um apelo para que os países unam porque a doença está se disseminando de país a país, às vezes em ritmos diferentes e com grandes variações no número de mortes. Ele ressaltou como a Rússia parece estar às voltas com uma "epidemia atrasada", já que um salto de infecções novas confirmadas nos últimos dias a fez superar França e Alemanha na quantidade total de casos.

"Através da solidariedade, vencemos a luta, e ninguém está seguro até todos estarem seguros", disse. "Existe uma rota de saída, mas precisamos continuar sempre vigilantes, e pode ser que tenhamos uma alteração significativa em nossos estilos de vida até chegarmos ao ponto de termos uma vacina eficiente".

Nos últimos dias surgiram várias notícias sobre candidatas a vacinas, incluindo anúncios de que exames em humanos começaram e que alguns testes são esperados no verão do hemisfério norte, mas especialistas alertaram que um tratamento preventivo bem-sucedido ainda pode demorar meses.

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