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Coronavírus

Não há pressa em vacinar crianças contra covid, diz Queiroga

Ministro da Saúde afirmou que a prioridade é aplicar a segunda dose e as doses de reforço

20 dez 2021 - 09h42
(atualizado às 09h47)
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid-19 não é urgente e que a prioridade da pasta é aplicar a segunda dose e as doses de reforço.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre a vacinação em crianças
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre a vacinação em crianças
Foto: Wilson Dias/Agencia Brasil - 16/09/2021 / Estadão

Ele argumentou que o ministério não recebeu o inteiro teor da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que na semana passada autorizou a aplicação da vacina da Pfizer contra covid em crianças de 5 a 11 anos, e que não recebeu documento oficial de câmara técnica ligada à pasta se manifestando favoravelmente à vacinação de crianças. Disse que só após ter acesso a esses documentos, a pasta tomará uma decisão.

Ao chegar ao ministério pela manhã, Queiroga mostrou irritação com os questionamentos dos jornalistas sobre quando começará a vacinação das crianças de 5 a 11 anos. Chegou a acusar os repórteres de fazer "joguinho".

Indagado se, uma vez tomada a decisão a favor da vacinação pelo ministério, a aplicação começaria imediatamente, Queiroga respondeu: "Não é imediato, não tem isso de imediato. Inclusive porque não há premência para isso".

O repórter indagou então se não havia premência e o ministro rebateu: "Não! Claro que não. Tem que se fazer primeiro a análise técnica".

Na sexta, o ministro afirmou que aguardaria também um posicionamento da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), ligada à pasta e que se manifestou em nota pública a favor da vacinação de crianças.

"Vocês se referem a um posicionamento da CTAI. Eu oficialmente não tomei conhecimento desse posicionamento, o que eu vi foi na imprensa, inclusive um documento que não sei nem se chamo de documento porque não está assinado", afirmou.

"Os pais terão a resposta no momento certo, sem açodamento. É necessário fazer a análise técnica. Não vou me manifestar apenas com base em um documento público de três páginas. Preciso do documento, inclusive já solicitei", acrescentou, referindo-se aos documentos divulgados pela Anvisa após a decisão da agência.

O ministro afirmou ainda que, no contrato assinado pelo governo com a Pfizer, a farmacêutica se comprometeu a fornecer doses para todas as faixas etárias incluídas no Programa Nacional de Imunização. Se a pasta decidir pela vacinação de crianças, a Pfizer terá de enviar ao Brasil as doses pediátricas do imunizante.

Queiroga não se comprometeu com uma data para iniciar a vacinação das crianças de 5 a 11 anos.

"Após o dia 5 haverá o posicionamento do Ministério da Saúde que será fundamentado de acordo com normas técnicas --não é um comunicado público que vai fazer o Ministério da Saúde se posicionar de uma maneira ou de outra. Eu preciso de toda a análise", disse.

"A pressa é inimiga da perfeição. O principal é a segurança", acrescentou.

No entanto, a Anvisa é responsável por atestar a eficácia e a segurança das vacinas autorizadas para aplicação no Brasil.

Indagado sobre notas públicas de entidades científicas defendendo o início da vacinação de crianças, o ministro voltou a se irritar com os questionamentos dos jornalistas.

"Sociedade científica não baliza conduta do Ministério da Saúde", afirmou. "Não abro mão de nenhuma prerrogativa que nós temos aqui. Não terceirizamos nenhuma decisão."

O presidente Jair Bolsonaro questiona frequentemente, sem apresentar fundamentos, a eficácia das vacinas contra covid e, após a Anvisa autorizar a aplicação do imunizante em crianças, disse que havia pedido os nomes dos responsáveis da decisão da agência, que, por lei, é um órgão regulador independente do governo.

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