'Necessidade das pessoas não pode esperar agenda fiscal', diz relator do Orçamento
O senador Márcio Bittar (MDB-AC) defendeu a retomada de um auxílio para socorrer os brasileiros mais pobres este ano
BRASÍLIA - O relator do Orçamento de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), defendeu a retomada de um auxílio para socorrer os mais pobres neste ano. Apesar ser favorável à aprovação de uma agenda fiscal para cortar gastos e compensar as despesas, Bittar afirmou que a necessidade das pessoas não pode esperar.
A declaração foi dada após a instalação da Comissão Mista de Orçamento e em meio à pressão para uma nova rodada do auxílio emergencial. Bittar também é relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial no Senado, que prevê corte de despesas para abrir espaço no teto de gastos (a regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação).
O governo ainda não definiu se vai viabilizar o auxílio dentro do Orçamento, com compensação, ou vai abrir um crédito extraordinário, que fica fora do teto.
"Eu me elegi defendendo essa agenda, só que a retomada da agenda econômica e da agenda das reformas, as pessoas que precisam comer não vão esperar", afirmou Bittar em entrevista a jornalistas. "Agora, é fundamental como sinal de responsabilidade, que ao apresentar a peça orçamentária, se dentro dela estiver a solução para os brasileiros que ainda precisam do Estado, as PECs emergenciais e os gatilhos estejam dentro."
Bittar evitou comentar a articulação de um imposto temporário para bancar o auxílio. Também não afirmou se o governo sinalizou com um novo crédito extraordinário. "Não cabe a mim especular." Nesta quarta-feira, 10, Bittar e a presidente da CMO, Flávia Arruda (PL-DF), conversam com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o impasse.