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Coronavírus

"Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir", diz Bolsonaro

Presidente foi ao Hospital das Forças Armadas, fez compra em farmácia e visitou o filho Renan

10 abr 2020 - 11h28
(atualizado às 12h00)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a sexta-feira da Paixão para fazer um novo tour por Brasília, contrariando novamente as recomendações sanitárias de isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, chega na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília, para uma rápida conversa com simpatizantes que o aguardavam
O presidente da República, Jair Bolsonaro, chega na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília, para uma rápida conversa com simpatizantes que o aguardavam
Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, pouco depois das 9 horas. Na saída, a comitiva do presidente evitou passar pela portaria principal, onde tradicionalmente os jornalistas e apoiadores permanecem à espera de Bolsonaro.

Ele se dirigiu primeiro ao Hospital das Forças Armadas. Ainda não há informações oficiais sobre o motivo da visita ao HFA. Questionado, ele não quis dizer o que foi fazer no hospital. Na agenda oficial não constava esse compromisso.

Em seguida, às 10h30, o presidente parou em uma drogaria, onde tirou fotos com apoiadores. "Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir", afirmou. Ao ser indagado sobre o que comprou na farmácia, ele não quis dizer.

A recomendação do Ministério da Saúde é permanecer em casa e evitar aglomerações, como forma de não facilitar a transmissão do coronavírus.

Ao sair da drogaria, Bolsonaro foi para o Sudoeste, uma das regiões administrativas do Distrito Federal. Ele visitou o filho Renan e, na saída, ouviu gritos de apoio e de críticas. Depois, voltou ao Alvorada.

Na quinta-feira, Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto e foi a uma padaria da Asa Norte de Brasília, onde comeu um pão doce e bebeu refrigerante. Segundo decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o comércio pode vender alimentos, mas não é permitido comer no local. Nas imagens, é possível ver que o presidente abraçou funcionários do local, cumprimentou pessoas com abraços e apertos de mão, posou para fotos. Também há sons de vaias e de algumas panelas.

No dia 29 de março, o presidente já havia quebrado o isolamento ao percorrer comércios em Taguatinga e Ceilândia, regiões administrativas do Distrito Federal. O passeio havia ocorrido um dia após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçar o pedido para que as pessoas mantenham o distanciamento social.

Bolsonaro tem reiterado seu posicionamento contrário ao isolamento social como método para conter a epidemia de coronavírus.Ele considera que esse método prejudica a economia, responsabiliza os governadores que determinaram o fechamento de lojas e defende a reabertura do comércio.

Estadão
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