Norte-americanos relutam em descartar máscara
Além dos benefícios de prevenção da doença, as máscaras se tornaram símbolos de posturas políticas e moralidade nos EUA
Anita Glick se sentiu um tanto libertada ao passear nesta semana com o cachorro de um amigo por Capitol Hill, bairro da cidade norte-americana de Washington, com a máscara ao redor do pulso graças à nova diretriz das autoridades de saúde do país a respeito do uso de coberturas faciais fora de casa.
Mas apesar do afrouxamento das regras do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Estados Unidos (CDC), que diz que pessoas já vacinadas contra a covid-19 não precisam usar máscaras ao ar livre na maioria dos casos, a professora aposentada de 70 anos disse que manterá a sua perto de outras pessoas por cortesia.
"Não quero obrigar um estranho a pensar 'será que deveria cruzar a rua? Será que ela está infectada?'", disse Glick, imunizada desde fevereiro.
Muitos norte-americanos vacinados começaram a dispensar máscaras com relutância nesta semana, uma grande mudança em relação ao comportamento ao qual foram condicionados durante mais de um ano para ajudar a conter a pandemia de coronavírus.
Além dos benefícios de prevenção da doença, nos EUA as máscaras se tornaram símbolos de posturas políticas e moralidade. Estas associações tornaram mais difícil para algumas pessoas tirar as máscaras, apesar da diretriz científica em desenvolvimento.
Entrevistas com mais de uma dezena de pessoas dentro e nos arredores da capital revelaram uma variedade de razões para alguns norte-americanos estarem hesitando em retirar as máscaras - ou nunca terem se sentido compelidos a usá-las em público.
"Você se sente nu se sai sem máscaras", opinou o universitário AJ Barber, de 19 anos.