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Coronavírus

Número de desempregados no País cresceu 35,9% em 6 meses

Total de pessoas à procura de trabalho chegou a 13,7 milhões em outubro, 3,6 milhões a mais que em maio

1 dez 2020 - 12h20
(atualizado às 12h27)
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A taxa de desemprego no País aumentou de 14,0% em setembro para 14,1% em outubro, maior resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, iniciada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mercado de trabalho absorveu 1,2 milhão de trabalhadores em apenas um mês, mas ainda não foi o suficiente para assimilar toda a mão de obra que busca por uma vaga.

Homem mostra carteira de trabalho ao procurar oportunidades de emprego no centro de São Paulo
06/10/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Homem mostra carteira de trabalho ao procurar oportunidades de emprego no centro de São Paulo 06/10/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

O número do desemprego é inferior ao da Pnad Contínua, que estava em 14,4% no trimestre encerrado em setembro. A diferença se dá pelo fato de serem amostras e metodologia diferentes, portanto, não são dados comparáveis, segundo o IBGE.

O total de pessoas à procura de trabalho subiu a 13,763 milhões em outubro, cerca de 277 mil pessoas a mais que em setembro. Em relação a maio, quando teve início a pesquisa, a população desempregada saltou 35,9%, ou 3,634 milhões de pessoas a mais nessa condição.

O total de pessoas trabalhando também aumentou, totalizando 84,134 milhões de pessoas, 1,2 milhão de vagas a mais que em setembro. Apesar da melhora recente, o total de ocupados ainda não retomou o patamar de maio, quando somava 84,404 milhões de pessoas.

Segundo Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o aumento na taxa de desemprego é decorrente de um movimento sazonal de aumento na busca por emprego impulsionado pelas festas de fim de ano, ao mesmo tempo em que ocorre a flexibilização das medidas de isolamento social. Porém, embora haja mais pessoas procurando uma ocupação, o mercado de trabalho ainda não consegue gerar vagas em quantidade suficiente para absorver toda a mão de obra disponível.

"Tem mais gente procurando, como é natural que tenha, só que essa mão de obra não está sendo absorvida na mesma magnitude, é por isso que a taxa de desocupação cresce. Quando a economia vai bem, essa mão de obra é absorvida. Quando a economia não vai bem, essa população não é absorvida. A população ocupada está aumentando, mas não o suficiente", disse Maria Lucia.

A coordenadora do IBGE lembra que houve avanço em outubro na geração de vagas com carteira assinada no setor privado, 401 mil postos de trabalho formais a mais em relação a setembro, e o rendimento efetivamente recebido pelo trabalhador vem diminuindo a distância em relação ao rendimento habitual.

"Aumentou a proporção de informais, mas houve algum aumento no efetivo (de trabalhadores) com carteira", disse ela.

O contingente de inativos diminuiu de 74,110 milhões em setembro para 72,704 milhões em outubro, uma redução de 1,9%. Entre os inativos, 24,8 milhões gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, sendo que 14,5 milhões deles argumentaram que não procuraram uma vaga devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade.

"Está tudo relacionado. A gente um período que todo mundo ficou em isolamento social. Com a flexibilização desse isolamento, as pessoas passaram a ter que procurar alguma atividade, alguma ocupação para poder ter algum rendimento. A maior parte da população brasileira precisa trabalhar para pagar as contas, não tem grandes reservas. Com essa flexibilização das medidas de distanciamento social, as pessoas passaram a procurar (trabalho)", acrescentou Maria Lucia.

O nível de ocupação subiu de 48,6% em setembro para 49,3% em outubro.

Estadão
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