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Coronavírus

O que é dermatite atópica? Saiba mais sobre doença que é desconhecida por 41% dos brasileiros

Pesquisa aponta ainda que 60% têm informações equivocadas ou insuficientes sobre os sintomas; para especialistas, desinformação atrasa diagnóstico e busca por tratamento

18 ago 2022 - 09h28
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Doença comum na pele, a dermatite atópica é desconhecida por 41% dos brasileiros, segundo levantamento feito pelo Ipec (ex-Ibope). A DA, como é chamada, é genética e crônica, caracterizada por pele seca, lesões que coçam muito e crostas, mas é confundida com uma alergia por 36% dos entrevistados. De acordo com o levantamento, 60% dos brasileiros têm informações equivocadas e insuficientes sobre os sintomas da doença.

Para o dermatologista Caio César Siqueira Formiga, o ciclo de desinformação em torno da dematite atópica dificulta o diagnóstico precoce e a busca por tratamento. "A maioria dos pacientes começa os sintomas nos primeiros anos de vida, quem tem predisposição genética ou alguém na família com esse problema", afirmou. "Mas é possível controlar com os cuidados adequados e frequentemente este controle é mais fácil com o avançar da idade."

Embora a doença não seja contagiosa, 21% dos entrevistados na pesquisa, que foi encomendada pela farmacêutica Pfizer, afirmam acreditar no contágio, por exemplo, por meio das lesões, relações sexuais e até por transfusão de sangue. Mesmo informados que a enfermidade não é contagiosa, 14% ainda declaram ter medo do contato com pacientes com lesões aparentes.

Aspecto emocional

O aspecto emocional de quem tem a doença também foi mensurado no levantamento: 59% disseram que ficariam "muito abalados" com o diagnóstico e 31% responderam que ficariam "pouco abalados". A população entre 18 e 24 anos foi a que demonstrou maior sensação de temor, com 67% das respostas para muito abalado, assim como entre as mulheres (64%).

"A dermatite atópica é conhecida por acompanhar muitos outros problemas psicológicos, incluindo estresse, distúrbios do sono, depressão e ideação suicida", afirma a dermatologista Alda Conti. A médica ressalta que a DA "está intimamente relacionada à qualidade de vida dos pacientes devido à natureza irritante e desfigurante da doença".

Vários aspectos da vida do paciente requerem atenção, aponta Alda, que cita o tipo de roupas usadas, a duração do banho e a adoção do uso contínuo de emolientes. "A vida familiar e social, capacidade de praticar esportes, dormir ou estudar e, dependendo da idade, vida sexual e profissional também são afetadas", afirma Alda Conti.

A principal medida para ajudar no controle da coceira e das feridas é manter a pele hidratada, completa o dermatologista Caio César Siqueira Formiga. "O uso de hidratante, de preferência sem fragrâncias, logo após o banho é muito importante. Além disso, é fundamental que o banho seja suave, preservando pelo menos parte da oleosidade natural da pele e deve-se evitar banho quente e prolongado", orienta o profissional.

O levantamento do Ipec ouviu 2.327 internautas, com idade acima de 18 anos, de Manaus, Brasília, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Confira algumas medidas que devem ser adotadas de maneira contínua para evitar crises:

  • Manter a hidratação da pele contínua mesmo que esteja bem, no período fora de crise.
  • Não tomar remédios por conta própria e não passar produtos na pele, sem orientação médica.
  • Usar roupas leves. Evitar roupas apertadas e de cor escura no verão. Preferir tecidos de algodão e malhas. Evitar tecidos sintéticos, lycra ou jeans.
  • Usar sempre protetor solar.
  • Banhos de sol devem ser, de preferência, nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer. Ao sair da piscina ou praia, tirar a roupa molhada e tomar um banho rápido, com aplicação de creme hidratante em seguida.
Estadão
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