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Coronavírus

O que saber sobre covid-19 e o Super Bowl

Maior evento esportivo dos Estados Unidos sofreu forte impacto por causa da pandemia

4 fev 2021 - 12h10
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O Super Bowl é diferente de qualquer outro evento esportivo americano. Conta com um âncora e uma transmissão pela TV impressionante, onde os comerciais e shows no intervalo são uma atração para os mais de 100 milhões de fãs. Mas como tudo o que ocorreu desde que a pandemia do coronavírus tomou conta do mundo, o Super Bowl em Tampa, na Flórida, foi adaptado aos protocolos de saúde da covid-19 e reduzido, apesar da empolgação com o Tampa Bay Buccaneers, que se tornou o primeiro time da NFL a disputar uma final no seu próprio estádio, o Raymond James Stadium.

Embora o futebol a ser jogado no domingo seja amplamente o mesmo como em outros anos, quase tudo o mais que cerca o Super Bowl será diferente no confronto entre Kansas City Chiefs e Tampa Bay Buccaneers. Veja:

O troféu Vince Lombardi, prêmio ao campeão do Super Bowl
O troféu Vince Lombardi, prêmio ao campeão do Super Bowl
Foto: Divulgação / NFL / Estadão

Os jogadores vêm sendo ainda mais testados

Jogadores, técnicos e funcionários de cada equipe foram testados para a covid-19 diariamente durante toda a temporada, incluindo os dias de jogo. Como os Buccanners e os Chiefs foram qualificados para o Super Bowl em 24 de janeiro, os membros da equipe têm sido testados duas vezes por dia.

Qualquer um que tiver um teste positivo ficará fora do time por um período mínimo de 10 dias. Mas nas duas equipes não houve nenhum teste positivo em mais de três semanas.

Contudo dois jogadores do Chiefs - Demarcus Robinson e Daniel Kilgore - tiveram contato próximo com uma pessoa infectada e devem ficar em isolamento por pelo menos cinco dias. O técnico do Chiefs, Andy Reid, foi confirmado na segunda-feira.

Desde o início de agosto, 15 mil jogadores, técnicos e funcionários da NFL realizaram quase um milhão de testes, muito mais do que no caso de outras ligas esportivas nos Estados Unidos. Mais de 700 jogadores, técnicos e funcionários testaram positivo durante esse tempo.

Devido à preocupação com a exposição ao coronavírus, os Buccaneers e os Chiefs saíram do itinerário normal do Super Bowl. Há muitos anos, as duas equipes que disputam o Super Bowl chegam à cidade uma semana antes do jogo para treinar e dar entrevistas para a imprensa. Este ano as entrevistas serão dadas por videoconferência, como ocorreu na temporada regular de 2020.

Para diminuir ainda mais os riscos de infecção dentro da equipe, os Chiefs só devem chegar a Tampa no sábado. Os Buccanners não terão de viajar de tão longe.

Menos torcedores assistirão ao jogo

Normalmente os jogos do Super Bowl têm todos os ingressos que custam US$10 mil ou mais vendidos. O público jamais foi menor do que 61.946 espectadores, número registrado no primeiro Super Bowl em Los Angeles em 1967, e em alguns anos, o número de torcedores no estádio chegou a 100 mil.

Este ano, a NFL abrigará menos do que 25 mil torcedores, uma queda recorde e menos da metade da capacidade do Raymond James Stadium. A liga forneceu 7,5 mil ingressos para funcionários da saúde vacinados. Outros 14,5 mil lugares serão vendidos a torcedores que não necessitam ser inoculados ou testados antes de entrarem no estádio. Cada torcedor que assistir ao jogo receberá um kit incluindo equipamento de proteção pessoal, como máscara KN95 e desinfetante de mão.

Show de intervalo do cantor The Weeknd será realizado obedecendo o distanciamento social

O cantor The Weeknd vai se apresentar no intervalo do jogo, que é uma das maiores plataformas para qualquer artista. A NFL reduziu substancialmente o número de pessoas que podem entrar no campo para os jogos, de modo a reduzir o risco de exposição ao coronavírus. Assim, é improvável que centenas de fãs possam dançar na frente do palco, como tem ocorrido nos últimos anos.

Mas The Weeknd, cujo nome é Abel Tesfaye, disse que pretende gastar US$ 7 milhões do seu próprio dinheiro para melhorar a experiência do público que irá assistir seu show pela TV. Ele é o primeiro artista negro a ser a estrela principal de um show de intervalo desde 2019 quando a Liga fez uma parceria com a Roc Nation, companhia de esportes e entretenimento de Jay-Z para organizar o show. No início daquele ano, muitos artistas rejeitaram o convite da NFL em solidariedade ao atleta Colin Kaepernick.

Comerciais na TV serão mais moderados

Os comerciais na TV durante o Super Bowl com frequência chamam mais atenção do que o próprio jogo. Este ano, alguns dos maiores patrocinadores, como Coca-Cola e Hyundai, decidiram não gastar milhões de dólares por spots de 30 segundos.

A Budweiser, cujos comerciais apresentando os cavalos Clydesdale, sapos coaxando e cachorrinhos adoráveis, doará parte do seu orçamento de publicidade este ano para o Ad Council, grupo de marketing sem fins lucrativos que vem combatendo o ceticismo das pessoas com a vacina. Empresas mais jovens, como Uber Eats, DoorDash e Vroom, que cresceram durante a pandemia, ainda estão lutando por atenção.

Festas vão diminuir, algumas com convidados virtuais

As festas normalmente ostentosas do Super Bowl, incluindo o evento anual apresentado pelo comissário da NFL, Roger Goodell, nas quais proprietários de times, executivos de redes e amigos de associados da NFL se relacionam, não serão realizadas este ano.

A NFL realizará sua festa anual pré-jogo que este ano será transmitida pelo TikTok e incluirá uma apresentação de Miley Cyrus. O evento normalmente atrai 10 mil fãs. Em seu lugar, 7,5 mil funcionários da saúde vacinados poderão assistir pessoalmente ao show. / Tradução de Terezinha Martino

Estadão
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