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Coronavírus

OMS expressa "confiança muito baixa" em dados da Sinopharm

Uma recomendação da entidade sobre a vacina pode ser anunciada ainda nesta semana

5 mai 2021 - 08h54
(atualizado às 09h10)
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Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) expressaram "confiança muito baixa" em dados fornecidos pela farmacêutica estatal chinesa Sinopharm sobre sua vacina contra covid-19 no que diz respeito ao risco de efeitos colaterais graves em alguns pacientes, mas confiança em geral em sua capacidade de evitar a doença, mostrou documento visto pela Reuters.

Enfermeira segura caixa com doses da vacina da Sinopharm contra Covid-19 em centro de vacinação em Pequim
15/04/2021 REUTERS/Thomas Peter
Enfermeira segura caixa com doses da vacina da Sinopharm contra Covid-19 em centro de vacinação em Pequim 15/04/2021 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

Um porta-voz da OMS disse que o documento sobre a vacina da Sinopharm, chamada BBIBP-CorV, é "um dos muito recursos" com os quais recomendações são feitas. Uma recomendação da OMS sobre a vacina pode ser anunciada ainda nesta semana.

Em Pequim, a Sinopharm não estava disponível de imediato para comentar fora do horário comercial.

O documento de "avaliação de indícios" foi preparado pelo Grupo Estratégico de Aconselhamento de Especialistas da OMS (Sage) para revisão da vacina da Sinopharm, já autorizada em 45 países e jurisdições para uso em adultos e com 65 milhões de doses administradas. Os especialistas analisam indícios e fazem recomendações sobre diretrizes e dosagens associadas a uma vacina.

O documento inclui sumários de dados de testes clínicos da China, Barein, Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.

A eficácia da vacina em testes clínicos de estágio avançado em vários países foi de 78,1% após duas doses, disse o documento --uma diminuição ligeira em relação aos 79,34% anunciados previamente na China.

"Estamos muito confiantes de que duas doses da BBIBP-CorV são eficazes na prevenção de covid-19 confirmada por (exame) de PCR em adultos (de 18-59 anos)", disse o documento.

Mas o texto acrescentou: "Uma análise de segurança entre participantes com comorbidades (foi) limitada pelo número baixo de participantes com comorbidades (que não obesidade) no teste de estágio avançado".

Entre as "lacunas de indícios", o texto citou dados sobre a proteção contra formas graves da doença, a duração da proteção, a segurança no uso em gestantes e em adultos mais velhos e a identificação e avaliação de eventos adversos raros por meio do monitoramento de segurança pós-autorização.

"Temos uma confiança muito baixa na qualidade dos indícios de que o risco de eventos adversos raros após uma ou duas doses da BBIBP-CorV em adultos mais velhos é baixo".

"Temos uma confiança muito baixa na qualidade dos indícios de que o risco de eventos adversos raros em indivíduos com comorbidades ou estados de saúde que aumentam o risco de covid-19 grave após uma ou duas doses da BBIBP-CorV é baixo", acrescentou o documento.

A análise do Sage foi preparada no momento em que um grupo técnico de aconselhamento da OMS analisa a vacina para uma aprovação de uso emergencial, o que não só abriria caminho para sua inclusão na plataforma global de compartilhamento de vacinas Covax, mas proporcionaria um endosso internacional crucial a uma vacina desenvolvida na China.

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