Orçamento de 2022 prevê R$ 3,9 bilhões para vacinação contra covid-19
Secretário da equipe econômica chegou a dizer no início do mês que poderia faltar dinheiro para a compra de vacinas se não fosse aprovado o pagamento parcelado de precatórios
BRASÍLIA - O secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, disse que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2022 reserva R$ 3,9 bilhões para a vacinação contra a covid-19. No início do mês, ele chegou a dizer que, se não fosse aprovada a proposta de emenda à Constituição (PEC) que parcela o pagamento de dívidas judiciais (precatórios) em até 10 anos, poderia faltar dinheiro para a compra de vacina em 2022.
Em 2020 e 2021, os gastos para o combate à pandemia foram autorizados por meio de crédito extraordinário, que fica de fora do cálculo do teto de gastos, a regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.
Em coletiva para apresentar o PLOA de 2022, nesta terça-feira, 31, Culau disse que o crescimento significativo de precatórios sinaliza para o que pode ocorrer nos próximos anos. "Temos margem reduzida para investimentos, mas buscamos preservar os em andamento", afirmou.
Segundo ele, coube somente ao Ministério da Saúde priorizar como iria utilizar o acréscimo de R$ 10,6 bilhões em seu orçamento para 2022. "O ministério faz sua proposta orçamentária estimando onde vai aplicar os recursos. A saúde escolheu como prioridades - e cabe a ele priorizar suas ações - alocar R$ 7 bilhões para enfrentamento à covid-19, com R$ 3,9 bilhões para vacinas", repetiu. "A Saúde priorizou de fato combate à covid", completou.
Mais uma vez, Culau alegou que o cenário para a aplicação de uma 3ª dose do imunizante ainda é bastante incerto. "Depende de quantas pessoas eu vou vacinar, quem é esse público. São todos os brasileiros ou só os mais vulneráveis, os mais idosos, os profissionais de saúde. E qual vacina será aplicada? Tem vacinas que custam US$ 5 e vacinas que custam US$ 15", acrescentou.