Pacientes com diabetes devem manter o tratamento durante período de vacinação contra a COVID-19
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde priorizou pessoas com comorbidades e, desde o início do mês de maio, diversos estados já estão convocando pessoas que possuem pelo menos um dos 22 tipos de doenças descritos pela pasta, que incluem hipertensão arterial, cardiopatias e diabetes para vacinarem.
Pacientes com diabetes não devem suspender tratamentos para controle dos índices de glicemia, nem antes e nem depois da vacinação contra a COVID-19. A recomendação é da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Em todo o país, pacientes portadores de Diabetes 1 e 2 foram incluídos na lista para vacinação prioritária, após o avanço na imunização de pessoas com 60 anos ou mais. Apenas em Curitiba, estima-se que 140 mil pessoas com diabetes sejam vacinadas contra a COVID-19. Ao todo, a prefeitura estima que 300 mil pessoas de 18 a 59 anos façam parte do grupo com comorbidades elegíveis para se vacinarem.
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - Regional Paraná (SBD-PR), o endocrinologista, André Vianna, explica que os riscos de pacientes com diabetes contraírem a forma grave da COVID-19 são maiores pelo fato de que o sistema imunológico da pessoa sofre alterações causadas pelo excesso de açúcar no sangue. Também, o diabetes provoca um estado inflamatório no organismo, que somado à inflamação causada pelo vírus, torna a COVID-19 mais severa.
"Por este motivo o controle contínuo dos níveis de glicose deve ser mantido nestes pacientes, sem qualquer pausa durante o período de vacinação", reforça o endocrinologista.
Outro fator importante, segundo ele, é que por saberem dos riscos, as pessoas que têm diabetes também tendem a aumentar o nível de ansiedade e o medo de se contaminarem. "Este é mais um fator para que pacientes com diabetes mantenham o acompanhamento com o seu endocrinologista, seguindo corretamente o tratamento, pois a ansiedade também ajuda a descontrolar o diabetes", destaca André Vianna que possui linhas de pesquisa voltadas ao diabetes tipo 2, diabetes tipo 1, novas tecnologias de tratamento e monitorização glicêmica.
Como comprovar Diabetes para vacinar - Pacientes com comorbidades que fazem parte do grupo prioritário e são acompanhados pelas unidades de saúde não precisarão apresentar nenhum documento extra.
Já os pacientes acompanhados pela rede privada precisarão apresentar uma declaração do médico que o acompanha. A declaração modelo está sendo disponibilizada via Portal do CRM para os médicos.
O documento será preenchido pelo médico com a indicação da comorbidade que elege o paciente para a vacinação contra a covid-19, conforme as enfermidades previstas no Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação do Ministério da Saúde.
No termo, o médico precisará declarar que o paciente está sob seus cuidados. Por fim, o médico deverá assinalar eletronicamente a veracidade e autenticidade das informações descritas na declaração, sob pena de responsabilização pelo Código de Ética Médica e Código Penal.
A declaração será enviada via e-mail ao paciente, que deverá imprimir, assinar e levar junto na hora da vacinação.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde priorizou pessoas com comorbidades e, desde o início do mês de maio, diversos estados já estão convocando pessoas que possuem pelo menos um dos 22 tipos de doenças descritos pela pasta, que incluem hipertensão arterial, cardiopatias e diabetes para se vacinarem.
Dados sobre Diabetes Tipo 2 - O diabetes é uma doença que afeta 16,5 milhões de brasileiros (dados da Federação Internacional de Diabetes), provocando mais de 54.877 mortes em 2010 e chegando a 61.398 no ano de 2016, havendo um crescimento de 12%, segundo os dados do Ministério da Saúde de 2018.
As principais complicações advindas do mau controle do diabetes são: dificuldade visual levando à cegueira, insuficiência renal, sendo a primeira causa de ingresso a programas de diálise no primeiro mundo e entre as 3 causas mais frequentes na América Latina, amputações, maior causa de amputações não relacionadas ao trauma. É um dos principais fatores de risco cardiovascular, além da incidência de insuficiência cardíaca (IC) ser 2 a 5 vezes maior em pacientes com DM2 do que na população geral.
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