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Coronavírus

Pandemia suspendeu serviços de saúde mental em 93% do mundo

Inquérito realizado em 130 nações fornece os primeiros dados globais que mostram o impacto negativo do novo coronavírus no acesso a estes serviços

5 out 2020 - 09h20
(atualizado às 09h33)
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A interrupção dos serviços de saúde mental em 93% dos países do mundo pode custar caro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia do novo coronavírus multiplicou as necessidades neste campo e os transtornos mentais têm um impacto muito negativo na produtividade das economias. A entidade divulgou nesta segunda-feira, 5, o resultado de uma avaliação em 130 países sobre os efeitos da covid-19 no acesso a estes serviços.

UTI de hospital em Porto Alegre em meio à pandemia de coronavírus 
17/04/2020
REUTERS/Diego Vara
UTI de hospital em Porto Alegre em meio à pandemia de coronavírus 17/04/2020 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

Os confinamentos forçados (em alguns países durante vários meses) e o consequente isolamento, o medo que o coronavírus tem gerado na população, principalmente entre os grupos de maior risco, a morte de um ente querido e a perda de rendimentos são situações que agravaram a carga emocional da quarentena.

A OMS lembra que a saúde mental há muito é a área que menos recebe recursos dos orçamentos da saúde, com uma média inferior a 2%, apesar de as necessidades só aumentarem. Antes da covid-19, a perda de produtividade devido à depressão e à ansiedade entre os trabalhadores já era estimada em US$ 1 trilhão anualmente.

A avaliação da Organização revela que em 60% dos países foram interrompidos os cuidados na área da saúde mental para as pessoas mais vulneráveis, incluindo crianças, adolescentes, idosos e mulheres grávidas ou puérperas.

Numa porcentagem superior (67%), houve paralisação dos serviços de terapia e psicoterapia e em 65% os programas de tratamento da dependência de opiáceos deixaram de funcionar. Em um terço dos casos, os países interromperam as intervenções de emergência, incluindo aquelas para pessoas com convulsões prolongadas, delírios ou síndromes de abstinência.

Para amenizar essa situação, muitos países optaram pela telemedicina e teleterapia também nos serviços de saúde mental, mas essa medida foi mais extensa nos países desenvolvidos (8 em 10), enquanto apenas metade dos países de baixa renda conseguiu fazer isso.

A OMS lembra que essa área da saúde é crítica e que pessoas que já sofriam de doenças mentais, neurológicas ou de dependência antes da pandemia estão mais suscetíveis à infecção pelo coronavírus.

Os dados atuais indicam que para cada dólar que um governo gasta em serviços de saúde mental há um retorno de US$5. Na crise atual, praticamente todos os países expressaram à entidade sua disposição de apoiar essa área da saúde, mas, na realidade, menos de 17% alocaram recursos adicionais./ EFE

Estadão
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