Parto prematuro e Covid-19: entenda o caso da filha de Romana e Alok
Raika nasceu antes do previsto - após o casal ser diagnosticado com coronavírus. Saiba mais!
Nesta quarta-feira (2), Romana Novais deu à luz Raika, sua segunda filha com o DJ Alok. O casal havia anunciado que estava com Covid-19 no início da semana e, depois do nascimento da bebê, compartilhou em suas redes sociais que o parto prematuro ocorreu por conta de complicações da doença.
Vale lembrar que Ravi, seu primeiro filho, nasceu em 10 de janeiro deste ano. A previsão era de que a caçula nascesse exatamente no mesmo dia em que o irmão, porém no ano que vem. "Jamais imaginei que meus dois filhos nasceriam no mesmo ano… Tudo muito intenso, mas nada acontece sem a intervenção divina", comentou o DJ.
Romana também fez uma publicação em seu Instagram, anunciando o parto prematuro e tranquilizando seus seguidores: "Tudo aconteceu muito rápido e graças a Deus ela nasceu muito bem. Nós duas estamos bem assistidas e em oração para uma boa recuperação. Nem tudo acontece como planejamos e os planos de Deus são sempre maiores e melhores que os nossos".
Para tirar todas as dúvidas sobre a relação entre o parto prematuro e a Covid-19, como aconteceu no caso de Romana e Alok, a ginecologista e obstetra Rogéria Werneck esclareceu a questão e explicou como as gestantes podem se proteger melhor dos riscos. Confira!
Obstetra explica a relação entre parto prematuro e Covid-19
Sinais de atenção
De acordo com a médica, os principais sinais que as gestantes alertam para a necessidade de buscar atendimento hospitalar são: dificuldade de respirar, falta de ar, dores no peito, sangue ao tossir, tontura, confusão ou febre persistente. Apresentando qualquer um desses sintomas, ela deve se encaminhar a um pronto atendimento imediatamente.
"Pacientes com sinais de gravidade, como falta de ar e baixa oxigenação sanguínea, podem necessitar ser internadas. Os cuidados podem incluir internação em unidade intensiva (CTI)", pontua Rogéria.
Possíveis complicações
O caso de Romana e Alok despertou questionamentos sobre as possíveis complicações geradas pelo coronavírus na gestação: "Gravidez e parto geralmente não aumentam o risco de adquirir infecção por coronavírus, mas parecem piorar o curso clínico da doença em comparação às pessoas não grávidas do mesmo sexo e idade. No entanto, a grande maioria dos indivíduos infectados se recuperam sem passar pelo parto".
Por outro lado, mulheres com Covid-19 podem, sim, enfrentar riscos de partos prematuros (antes de 37 semanas de gravidez) e até mesmo cesáreas. Segundo a especialista, essa questão estaria relacionada às doenças maternas graves.
Riscos
Por ser um vírus recente, as pesquisas com grávidas no primeiro e segundo trimestre de gestação ainda são limitadas. O que se sabe é que houve um aumento de prematuridade e parto cesariano nos últimos meses. Os riscos de aborto espontâneo parecem não ter aumentado no período.
"Febre e baixa oxigenação no sangue são fatores que podem aumentar os riscos de trabalho de parto prematuro, ruptura das membranas antes do trabalho de parto e padrões anormais de frequência cardíaca fetal", complementa a obstetra.
Nascimento induzido
Rogéria destaca que diversos fatores devem ser considerados pelo médico antes de optar pela indução do nascimento do bebê. Entre eles estão a idade gestacional, condição fetal e distúrbios concomitantes, como hipertensão arterial e diabetes. Além disso, essa é uma decisão que deve ser compartilhada com a paciente e seus familiares.
No entanto, em casos mais graves de Covid-19, quando a gestante apresenta piora nos parâmetros respiratórios e/ou falência respiratória grave, o parto prematuro pode ser a opção mais viável para salvar sua vida e a do bebê.
Consultoria: Rogéria Werneck, ginecologista e obstetra, de Belo Horizonte (MG) | Texto: Milena Garcia | Edição: Renata Rocha