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Coronavírus

Pazuello promete dados para Gilmar formar "opinião correta"

Magistrado do STF, que telefonou para interino da Saúde, havia dito que Exército estava se associando a um genocídio ao se referir à crise sanitária instalada no País com a covid-19

15 jul 2020 - 15h15
(atualizado às 16h19)
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Foto: Wallace Martins / Futura Press

Em um gesto para apaziguar os ânimos após dizer que o Exército estava se associando a um "genocídio" ao se referir à crise sanitária instalada no País com a covid-19, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, telefonou para o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello. Na ligação, feita nesta terça-feira, 14, Pazuello disse que colocava à disposição todas as informações do enfrentamento da pandemia para que o magistrado pudesse formar uma"opinião correta" sobre a situação do País.

O contato, segundo o Estadão apurou, partiu de Mendes por meio da ligação de sua secretária. No momento, Pazuello estava em uma reunião e, por fim, retornou o telefonema. A conversa foi descrita por ambos, segundo seus interlocutores, como "cordial" e "institucional". Não houve, porém, pedido de desculpas ou menção às suas declarações por parte do magistrado.

A dura crítica de Gilmar, no sábado, 11, mirando os 20 militares que ocupam cargos estratégicos na Saúde, dos quais 14 na ativa, gerou novo embate entre as Forças Armadas e um integrante STF. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reagiu e ingressou na terça-feira, 14, com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Mendes. Ao acionar a PGR, Azevedo usou parecer da consultoria jurídica que aponta crime contra a honra previsto no Código Penal e menciona o artigo 23 da Lei de Segurança Nacional.

Em meio à pandemia do coronavírus, o Brasil está há mais de dois meses sem um ministro da Saúde e registra 74.262 mortes, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa consolidados na terça, 14. Pazuello assumiu no dia 15 de maio, quando o então ministro Nelson Teich pediu demissão. Na ocasião, o País registrou 14.962 óbitos.

Diante do novo estremecimento entre Poderes pela condução da pandemia, Bolsonaro passou a ser pressionado para substituir Pazuello. Integrantes do Exército temem pela imagem da Força e querem que o general peça a transferência para a reserva caso seja mantido no cargo.

Segundo auxiliares do governo, o presidente deve começar avaliar nomes para assumir o Ministério da Saúde após se recuperar da covid-19. A expectativa é ter uma definição sobre o comando da pasta até meados de agosto.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro saiu em defesa de Pazuello nas redes sociais e elogiou a experiência do general em logística e administração. "Quis o destino que Gen. Pzuello assumisse a interinidade da Saúde em maio último. Com 5.500 servidores no Ministério, o Gen. levou consigo apenas 15 militares para a pasta. Grupo esse que já o acompanhava desde antes das Olimpíadas", escreveu.

Na publicação, Bolsonaro, no entanto, não indicou qual será o futuro de Pazuello. "Pazuello é um predestinado, nos momentos difíceis sempre está no lugar certo pra melhor servir a sua Pátria. O nosso Exército se orgulha desse nobre soldado", disse.

Estadão
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