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Coronavírus

Pesquisador: Podemos ter vacina para o coronavírus em meses

25 mar 2020 - 18h18
(atualizado às 18h29)
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Diretor de empresa líder em pesquisas para desenvolvimento de imunização à covid-19 diz que substância pode estar pronta no segundo semestre de 2020. "Brevemente vamos iniciar os testes clínicos", destaca.O bioquímico Friedrich von Bohlen é membro do conselho de supervisão da empresa de biotecnologia CureVac, que está na vanguarda das pesquisas para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus na Alemanha e que o presidente dos EUA, Donald Trump, teria tentado levar para seu país, segundo um relato não confirmado na imprensa alemã e que irritou o governo em Berlim.

Primeiros testes de vacina para covid-19 podem começar dentro de alguns meses
Primeiros testes de vacina para covid-19 podem começar dentro de alguns meses
Foto: DW / Deutsche Welle

Em entrevista à DW, Von Bohlen afirma que um produto para imunização contra a covid-19 pode estar pronto já no segundo semestre de 2020. "Brevemente vamos iniciar os testes clínicos", destaca. O processo total, incluindo a aprovação, pode durar cerca de um ano.

DW: Existe uma corrida global por uma vacina contra o coronavírus. Sua empresa está na vanguarda desses esforços. Como anda o projeto?

Friedrich von Bohlen: Talvez seja necessário primeiro entender o que está acontecendo. Vacinas são a única maneira de proteger as pessoas contra infecções. Além disso, é possível também desenvolver medicamentos para pacientes que já foram afetados. Atualmente, há também muita atividade nesse sentido. E também já foi possível observar que uma forma agressiva desta covid-19 pode levar a uma infecção pulmonar muito grave. Com o desenvolvimento de outras drogas estão sendo feitas tentativas para controlar essas infecções mais graves e, assim, ajudar os pacientes que são mais severamente afetados.

O melhor, claro, seria uma vacinação. Existem várias abordagens diferentes. Estamos usando a abordagem do uso do chamado mRNA (RNA mensageiro) como fonte de informação para desenvolver uma vacina. Brevemente vamos iniciar os testes clínicos [em animais]. Penso que esta é uma boa classe de substância para obter uma boa imunização.

O senhor pode ser um pouco mais preciso? Muitas pessoas estão perguntando: quanto tempo devem levar essas medidas de isolamento? Quanto tempo deve durar esse estado de emergência? O senhor teria uma previsão?

Não sou clarividente, e isso também depende de muitos fatores que estão além do meu conhecimento. Provavelmente, no que depender de medicamentos, levará mais alguns meses. Quanto às vacinas, mais precisamente quanto à disponibilidade delas, também alguns meses. No que diz respeito à liberação para aplicação em humanos, devemos falar em coisa de um ano, em termos de vacinas.

Que quantidade sua empresa poderia produzir dessa vacina?

A grande incógnita atualmente, no tocante à vacina, é que ninguém sabe quanta imunização é necessária nos seres humanos para realmente prevenir uma infecção. Isso não dá para simplesmente prever ou testar em seres humanos de maneira descontrolada. É por isso que as medidas que conduzem a isso são definidas pelos órgãos reguladores. E tem que ser assim, porque devemos proteger os voluntários que são submetidos aos testes. Leva um certo tempo até que consigamos obter esse conhecimento. Isso só pode ser parcialmente acelerado.

No que diz respeito à disponibilidade da vacina, o mRNA tem uma enorme vantagem. Por exemplo, sabemos, por causa de outra abordagem de imunização da CureVac, contra a raiva, que podemos imunizar totalmente uma pessoa com apenas um micrograma. Isso significa ser possível vacinar um milhão de pessoas com um grama de mRNA.

Para comparação: com medicamentos convencionais, geralmente são necessários 500 miligramas de substância; nesse caso, um grama só é suficiente para duas porções. O mRNA é muito potente, é possível obter uma imunização muito boa com pouco material. Isso significa que o material pode estar disponível em um prazo muito curto. Na segunda metade do ano, acho que seria possível ter material suficiente. Mas não sei se até lá ele já estaria aprovado.

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