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Coronavírus

Planalto tem quase três novos casos de covid-19 por dia

Dados da Secretaria-Geral da Presidência, do dia 10, indicam 128 casos na sede do governo, onde trabalham 3.400 pessoas

17 jul 2020 - 19h41
(atualizado às 19h43)
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Além do presidente Jair Bolsonaro, outros 36 servidores estão afastados das funções do Palácio do Planalto por estarem contaminados com a covid-19. Os dados mais recentes da Secretaria-Geral da Presidência, do dia 10 de julho, indicam 128 casos na sede do governo, onde trabalham 3.400 pessoas. No balanço anterior, com informações do dia 3 de julho, eram 108 infectados. Ou seja, no intervalo de uma semana foram confirmados mais 20 casos da doença, uma média de quase três novos por dia.

Gabinete do presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto é higienizado. Ele foi diagnosticado com covid-19 e está no Palácio da Alvorada
Gabinete do presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto é higienizado. Ele foi diagnosticado com covid-19 e está no Palácio da Alvorada
Foto: Secretaria-Geral/Divulgação / Estadão Conteúdo

O primeiro caso de covid no Planalto foi confirmado no dia 12 de março, quando o chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom), Fábio Wajngarten, testou positivo após voltar de viagem aos Estados Unidos com a comitiva presidencial. Até o dia 20 de maio, o total de contaminados era de 35, conforme informações obtidas pelo Estadão por meio de Lei de Acesso à Informação. Portanto, a propagação do vírus se deu após essa data, quando houve mais 93 contaminações, ou seja, 72% do total das infecções num intervalo de 50 dias.

Bolsonaro foi diagnosticado com a covid-19 no dia 7 de julho. Na quarta-feira, 15, o presidente confirmou que realizou um novo exame que apontou que ele seguia infectado pelo coronavírus. "Então a gente espera que nos próximos dias faça um novo exame e, se Deus quiser, dê tudo certo para a gente voltar logo à atividade", afirmou.

Após o resultado positivo de Bolsonaro, o Planalto não recomendou quarentena de pessoas que tiveram "simples contato" com o presidente, contrariando o que defendem infectologistas. "A orientação que damos aos servidores é procurar assistência médica quando apresentarem sintomas relacionados à covid-19, para avaliar necessidade de testagem. Nos casos considerados suspeitos, os servidores são orientados a ficar em casa até o resultado do exame", afirmou o Planalto na ocasião.

O presidente segue despachando do Palácio da Alvorada e fazendo reuniões por videoconferência. Na residência oficial, Bolsonaro tem sido acompanhado diretamente por auxiliares que já foram contaminados pela doença, como é o caso do ajudante de ordens, major Mauro César Barbosa Cid. Durante o dia, o chefe do Executivo também costuma sair para tomar sol na área externa do palácio e tem acompanhamento diário do médico da Presidência, o cardiologista Ricardo Camarinha.

Bolsonaro atribuiu sua melhora ao uso da hidroxicloroquina desde os primeiros sintomas. O medicamento não tem eficácia comprovada e os riscos de efeitos colaterais ainda são desconhecidos. O presidente também afirmou que não está recomendando o uso do medicamento e pediu para que pacientes sigam as orientações de seus médicos. "Então, eu não recomendo nada. Eu recomendo que você procure o seu médico e converse com ele. O meu, no caso, médico militar, foi recomendado a hidroxicloroquina e funcionou. Tô bem, graças a Deus." O Estadão revelou, na semana passada, quem são os empresários que lucram com a cloroquina, que teve alta de 358% no consumo após o início da pandemia.

O aumento de casos no Planalto segue a tendência de ascensão da doença no Distrito Federal que já registra 77.620 contaminações, segundo dados de 16 de julho. As restrições impostas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para incentivar o isolamento social passaram a ser flexibilizadas desde o mês passado e nesta semana bares e restaurantes voltaram a funcionar.

De acordo com dados compilados pela Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, já testaram 1.811 servidores federais testaram positivo para covid-19. A pesquisa, no entanto, foi respondida por menos da metade (48,71%) das unidades administrativas federais de gestão de pessoas. Com isso, a informações fornecidas se referem a 162.202 servidores ativos, o equivalente 58,52%. Esses dados, até o dia 10 de julho, também não incluem os servidores das instituições federais de ensino.

Estadão
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