Projeto oferece 2ª opinião para diagnóstico de covid-19
Iniciativa vai ajudar médicos de unidades públicas de saúde
Parceria do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) com o aplicativo Join resultou no projeto Imais, que oferece gratuitamente uma segunda opinião clínica para ajudar no diagnóstico da covid-19 a médicos de unidades públicas de saúde de todo o país. O projeto tem o slogan Uma Nova Opinião, uma Nova Visão e conta com médicos radiologistas associados ao CBR. De forma voluntária, eles vão fornecer uma segunda opinião clínica para casos suspeitos de covid-19, tratados em instituições públicas que tenham equipamentos de imagem, como raio X e tomógrafo.
O diretor científico do CBR, Valdair Muglia, disse à Agência Brasil que o aplicativo Join, da empresa japonesa Allm, é uma ferramenta que já foi utilizada em alguns projetos de pesquisa para agilizar atendimento de emergências médicas, como acidente vascular cerebral (AVC).
“Ele tem a característica de preservar a identificação do paciente, quer dizer, preservar o sigilo médico e, ao mesmo tempo, servir para consulta rápida com um especialista”. O diretor informou que várias instituições no Brasil utilizam o app Join para prestar suporte na decisão clínica e condução dos casos de AVC em cidades onde não existe unidade de atendimento constituída e especializada nesse quesito, principalmente em emergências neurológicas.
Serviço auxiliar
Muglia ressaltou que com a evolução da pandemia, migrando para locais mais distantes, no interior do país, onde não há especialistas na avaliação desse tipo de imagem, principalmente em tomografia, a ideia do CBR foi fornecer o serviço para hospitais públicos, unidades de pronto atendimento (UPAs) ou ambulatórios médicos especializados, que estejam prestando atendimento a pacientes com covid-19.
“A gente está oferecendo a expertise de profissionais que já trabalharam e atenderam muitos pacientes com a covid-19, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais”.
Nessa fase inicial, se apresentaram como voluntários 20 médicos radiologistas associados ao CBR. Dependendo da demanda, esse número poderá ser ampliado, disse o diretor cientifico.
O aplicativo Join transmite as imagens dos pacientes por celular aos médicos radiologistas, com grande agilidade, o que contribui para um retorno rápido da segunda opinião no diagnóstico da covid-19, em que os médicos que se encontram na ponta têm dúvidas. “O Join permite essa facilidade”, comentou Muglia. A premissa do aplicativo é fornecer agilidade no atendimento para que o médico que recebe o exame possa emitir sua opinião de onde estiver, com uso do smartphone.
O CBR está entrando em contato com as secretarias estaduais de Saúde para informar que o serviço é gratuito e voluntário, está disponível, e levantar a demanda, visando a dar suporte aos municípios de menor porte e mais distantes, que estão tendo o pico da pandemia.
Imagens do tórax
Valdair Muglia destacou que os exames de imagem do tórax têm sido muito importantes no mundo todo, para apoiar os médicos no diagnóstico da covid-19. “A China usou muito a tomografia em situações em que não havia disponibilidade de testes. Além disso, a tomografia pode ser utilizada junto com dados clínicos e epidemiológicos. Em situações em que os testes sorológicos, o PCR não forem disponíveis, ela pode ser usada como alternativa em quadros clínicos de pacientes suspeitos de ter a doença”.
O diretor do CBR acrescentou que a tomografia é muto útil como acompanhamento de pacientes que podem evoluir com complicações tromboembólicas, principalmente para um embolismo pulmonar, que é uma complicação bastante grave, e também para dar ideia da extensão do acometimento pulmonar pelo Sars Cov 2. “A tomografia tem se mostrado muito útil em várias fases do paciente”, afirmou.
Na avaliação de Bruno Melnik, diretor Comercial e de Operações da Allm Brasil, o aplicativo Join permite “maximizar a experiência conjunta dos profissionais, desempenhando papel fundamental na implementação do protocolo no combate à pandemia, assim como no controle do fluxo de pacientes, além de colaborar com o sistema público de saúde”.