Script = https://s1.trrsf.com/update-1731945833/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Coronavírus

Recessão nos EUA? Provavelmente. Depressão? Apenas se o vírus não for controlado

27 mar 2020 - 16h04
Compartilhar
Exibir comentários

Uma recessão nos Estados Unidos já pode estar em andamento. Poderia ser pior?

Mulher atravessa uma Broadway quase vazia no distrito financeiro, em meio ao surto da doença do coronavírus (Covid-19), Nova York, EUA
23/03/2020
REUTERS/Mike Segar
Mulher atravessa uma Broadway quase vazia no distrito financeiro, em meio ao surto da doença do coronavírus (Covid-19), Nova York, EUA 23/03/2020 REUTERS/Mike Segar
Foto: Reuters

A Grande Depressão, que começou com um colapso do mercado de ações em 1929 e durou até 1933, marcou uma geração com enorme desemprego e queda na produção econômica.

Ela reformulou a América, mudando os padrões de migração e gerando novos estilos de música, arte e literatura. Sob o presidente Franklin Roosevelt, no entanto, isso também levou à criação de uma série de programas, como auxílio-desemprego, benefícios de aposentadoria do Seguro Social e seguro de depósito bancário, o que torna improvável uma repetição.

O caminho imprevisível e sem precedentes do coronavírus traçou paralelos com a Depressão, em particular com as previsões de que o aumento do desemprego e a queda percentual da produção econômica poderiam competir como os observados na década de 1930.

Mas, para que isso aconteça, os impressionantes números que provavelmente serão registrados nas próximas semanas --milhões demitidos do trabalho, queda de dois dígitos no Produto Interno Bruto-- precisariam ser profundos e sustentados ao longo de anos, não meses.

"Não existe uma definição específica de depressão", disse Bernard Baumohl, economista-chefe global do Economic Outlook Group. Mas "é palpavelmente diferente", de uma recessão em termos de extensão e profundidade.

Na Grande Depressão, por exemplo, os Estados Unidos perderam 20% de seus empregos em três anos, quatro vezes a parcela perdida durante a Grande Recessão de 2007 a 2009 (https://tmsnrt.rs/2UA9wvX).

Ao longo dos quatro anos da Grande Depressão, quase um terço da produção norte-americana desapareceu. Enquanto alguns economistas acham que, entre o período de abril a junho, a produção anualizada dos EUA pode cair 14% ou mais, poucos pensam que esse tipo de declínio realmente persistirá ao longo do tempo.

Os gastos do governo fazem a diferença. As solicitações de auxílio-desemprego dispararam, assim como também a quantidade de dinheiro que o governo planeja transferir para pessoas e pequenas e grandes empresas.

As autoridades monetárias também são importantes. Os erros de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e o fracasso em impedir uma série de fechamentos de bancos sem dúvida contribuíram para a Grande Depressão.

Desta vez, como em 2007, o Fed e os bancos centrais globais se movimentaram para inundar a economia de dinheiro e promover novos programas para tentar limitar o risco de quebradeira de empresas e desemprego sustentado.

O próximo passo mais importante, de acordo com um notável grupo de economistas e formuladores, é fixar uma resposta da saúde pública norte-americana. Uma colcha de retalhos de restrições pelos Estados e uma lenta mobilização por parte da Casa Branca podem agravar o impacto do coronavírus, afirmam especialistas da saúde.

A pressão do presidente Donald Trump em "reabrir" rapidamente a economia acarreta riscos. O abrandamento das restrições de bloqueio muito cedo pode ocasionar uma segunda onda da doença, segundo um estudo da China publicado nesta semana no Lancet Public Health Journal.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade