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Coronavírus

Reforço da CoronaVac amplia resposta imune, apontam estudos

Pesquisas testaram o nível de anticorpos produzidos pela 'dose adicional' após 28 dias, seis ou oito meses depois da segunda aplicação

11 ago 2021 - 19h49
(atualizado às 20h07)
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Dois estudos conduzidos pela farmacêutica Sinovac apontam que uma dose de reforço da CoronaVac aumenta a resposta imune contra o coronavírus, seja 28 dias, seis ou oito meses após a aplicação das duas doses iniciais. Os resultados da vacina, que no Brasil é produzida em parceria com o Instituto Butantan, foram testados tanto em adultos chineses de 18 a 59 anos quanto em idosos acima dos 60.

Caixas da vacina contra Covid-19 CoronaVac na sede do laboratório Sinovac em Pequim
04/09/2020 REUTERS/Tingshu Wang
Caixas da vacina contra Covid-19 CoronaVac na sede do laboratório Sinovac em Pequim 04/09/2020 REUTERS/Tingshu Wang
Foto: Reuters

O primeiro estudo de fase clínica, publicado em versão preprint e sem a revisão da comunidade científica, avaliou a resposta imune de adultos saudáveis dos 18 aos 59 anos, após receberem a dose de reforço da CoronaVac, em dois intervalos distintos.

No primeiro, a dose de reforço aplicada 28 dias após a segunda dose gerou um nível de anticorpos neutralizantes de três a cinco vezes maior do que aquele encontrado em pacientes que tomaram apenas a segunda injeção.

Já os voluntários que tomaram a dose de reforço seis meses após a segunda injeção tiveram um "crescimento impressionante nos níveis de anticorpos", gerando uma resposta imunológica "rápida e forte" contra a SARS-CoV-2, três vezes maior do que a encontrada no intervalo de 28 dias.

O segundo estudo, feito com idosos acima dos 60 anos, testou o nível de anticorpos gerados pela aplicação da dose de reforço oito meses após a segunda dose. Os resultados mostraram que, sete dias depois, a dose adicional já induzia um aumento de anticorpos neutralizantes aproximadamente sete vezes maior do que os verificados no 28º dia após a segunda dose.

Nenhum dos estudos detectou efeitos adversos graves nos pacientes, sendo o mais comum a dor no local da aplicação. Eles também apontam que, após a segunda dose, a vacina já gera uma "boa memória imune" do corpo contra o vírus.

Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (11), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, celebrou os estudos, mas negou que a dose de reforço seja necessária, ao menos por ora. "Isso depende de outros fatores, inclusive a circulação de variantes. [A dose adicional] certamente será uma necessidade enquanto o vírus continuar circulando no mundo", disse.

De acordo com Covas, o Estado já vem estudando a possibilidade de uma revacinação, assim como tem sido feito no Chile, Israel, Reino Unido, Canadá e EUA. "Isso deve acontecer, mas a pré-condição é que aconteça após o término da segunda dose. A prioridade é completar o esquema vacinal, que leva à imunidade coletiva. Aí sim, teremos uma imunidade coletiva que seja capaz, inclusive, de resistir às variantes que venham a surgir no futuro."

Estadão
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