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Coronavírus

'Retomada do mercado de capitais tem sido muito intensa'

Executivo do Itaú BBA diz que há 40 transações que poderão ser precificadas no mercado entre setembro e outubro

20 jul 2020 - 05h11
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Com a retomada do mercado de capitais em meio à pandemia, Christian Egan, diretor executivo de mercados globais e tesouraria do Itaú BBA, prevê um segundo semestre aquecido para operações de abertura inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e emissões de ações de empresas já listadas ("follow on"). Para o executivo, há 40 transações que poderão ser precificadas no mercado entre setembro e outubro, movimentando R$ 60 bilhões. Segundo Egan, investidores estrangeiros estão muito mais seletivos para o Brasil e estão atentos às agendas do governo de disciplina fiscal e ambiental.

Para Egan, parte da 'timidez' do investidor estrangeiro está ligada à questão ambiental
Para Egan, parte da 'timidez' do investidor estrangeiro está ligada à questão ambiental
Foto: Bruno Namorato/Divulgação / Estadão

Em meio à pandemia, as operações de mercado de capitais retomaram. O movimento será firme até dezembro?

A retomada tem sido muito intensa. Há alguns dias, só a rede Lojas Americanas captou R$ 7,9 bilhões e parte dos recursos será para capitalizar a sua empresa de comércio eletrônico B2W. Mas veremos outros casos daqui para a frente, sem contar a janela de dezembro.

Quantas operações deverão vir a mercado até o fim do ano?

Nas nossas contas mais de 40 operações podem ser precificadas até outubro, movimentando R$ 60 bilhões.

Por conta da covid e crise ambiental, veremos por aqui investidores externos?

Parte da timidez do investidor estrangeiro está ligada a questões ambientais. Não podemos negar. Tem três aspectos permeando a visão externa sobre Brasil. Uma é a preocupação fiscal. O segundo é o ambiente político. Outra importante questão que tem ganhado peso nos últimos meses é o do meio ambiente.

Como a preocupação ambiental do investidor pode afetar os negócios?

Uma parcela relevante do estoque de investimento estrangeiro está sentado em grandes fundos de pensão mundiais, que alocam para grandes gestores globais de recursos. Muitos têm restrições para investirem em indústrias, como a de armamentos ou de bebidas, e buscam empresas e países com robustez nos temas ambientais, sociais e de governança. O Brasil não está tirando nota 10 neste quesito.

Em tecnologia, em compensação, as perspectivas são de crescimento...

O Brasil vai se destacar muito na agenda de inovação tecnológica. Vemos empresas não só nascendo, mas atraindo grandes investidores. O Brasil tem um elemento muito fértil, que é a combinação de uma geração empreendedora, com um ambiente de venture capital robusto, além de um regulador - falando do lado financeiro - incentivando a competição para as fintechs operarem. O País também tem escala.

Estadão
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