Senadores da CPI atacam Bolsonaro por insultar âncora da CNN
Presidente ofendeu Daniela Lima após equívoco dito pela apresentadora ao noticiar retomada de empregos no País
Nesta quarta-feira (2), o início da sessão da CPI da Covid foi marcado por manifestações de solidariedade de alguns senadores com a apresentadora Daniela Lima, da CNN Brasil, e contra Jair Bolsonaro.
O presidente xingou a jornalista ao conversar com apoiadores na noite de ontem, na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília.
“É uma quadrúpede. Afinal de contas, acho que não preciso dizer de quem ela foi eleitora no passado, né? De outra do mesmo gênero”, disse o presidente, ofendendo também a ex-presidente Dilma Rousseff.
Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Tasso Jereissati foram alguns dos senadores a condenar a declaração de Bolsonaro. Representante da bancada feminina, Eliziane Gama também se manifestou.
“Foi uma fala contra a democracia, contra a imprensa”, disse a parlamentar. Ela afirmou que o presidente foi responsável por significativa parte dos 428 ataques a profissionais de imprensa em 2020. As ocorrências foram apuradas pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).
Alvo frequente de bolsonaristas, direitistas e conservasdores por seus comentários no ‘CNN 360º’, Daniela Lima se tornou ainda mais hostilizada nas redes sociais por erro de linguagem ao informar, na semana passada, a respeito do crescimento do número de empregos.
“Não saia daí porque agora, infelizmente, a gente vai falar de notícia boa, mas com valores não tão expressivos”, anunciou. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro interpretaram que a âncora torceria contra a economia do País e o governo.
Vista como pró-Bolsonaro antes da estreia, em março do ano passado, por ter como sócio-investidor o empresário Rubens Menin, apoiador declarado do presidente, a CNN Brasil tem sido tão crítica ao bolsonarismo quanto Globo e GloboNews. Em março passado, Menin comprou a parte de Douglas Tavolaro e se tornou dono de 100% da emissora.
A nova CEO da CNN Brasil, Renata Afonso, defende que o canal não seja de direita nem de esquerda. Ex-diretora geral da TV TEM, rede regional afiliada à Globo, ela pretende reafirmar a imparcialidade jornalística da emissora de notícias sediada na Av. Paulista.