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Coronavírus

Sete Estados e DF já afrouxam quarentena contra coronavírus

Parte dos governos liberou serviços não essenciais, como igrejas e shoppings; outros terão reabertura gradual

22 abr 2020 - 05h11
(atualizado às 09h13)
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Ao menos sete Estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, Paraíba, Sergipe e Tocantins - e o Distrito Federal já afrouxaram desde a semana passada o isolamento social, imposto para conter o avanço do novo coronavírus no Brasil. São Paulo planeja a reabertura gradual da economia a partir do dia 11. Infectologistas recomendam cautela nos planos de retomada.

Fuzileiro, com máscara de proteção, patrulha lado de fora de hospital em Manaus
17/04/2020
REUTERS/Bruno Kelly
Fuzileiro, com máscara de proteção, patrulha lado de fora de hospital em Manaus 17/04/2020 REUTERS/Bruno Kelly
Foto: Reuters

O governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), flexibilizou medidas para municípios fora da Grande Porto Alegre na semana passada. Ficou nas mãos dos prefeitos a decisão de reabrir o comércio. Na terça-feira, 20, ele divulgou um plano para implementar o distanciamento social controlado no Estado a partir de maio. Na prática, a ideia é criar um sistema de classificação das regiões conforme o avanço do surto e capacidade do sistema de saúde. Assim, definirá quais serviços poderão funcionar em cada área.

O governador catarinense, Carlos Moisés (PSL), liberou, já desde terça-feira, o funcionamento de templos e igrejas. A partir de hoje, também ficam autorizados shoppings, centros comerciais, galerias, restaurantes e academias. Todos os estabelecimentos devem seguir medidas de distanciamento social e higienização. "O achatamento da curva do coronavírus está fazendo sucesso, agora é hora de achatar a curva do desemprego", disse Rodrigo Rossoni, presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis.

No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou a flexibilização no sábado e autorizou a reabertura do comércio em cidades de risco "baixo" e "moderado" - com taxa de infectados até 50% acima da média do Estado. Pela regra, só eram de alto risco Vitória e cinco cidades vizinhas. Os comércios autorizados devem respeitar o limite de um cliente por 10 m² e obrigatoriedade de máscara para funcionário. Horários também são restritos.

Em decreto no domingo, o governador Ronaldo Caiado (DEM) liberou atividades religiosas, salões de beleza e obras civis em Goiás. Na sexta, o governador João Azevêdo (Cidadania) liberou na Paraíba óticas, estabelecimentos de produtos hospitalares e concessionárias. Esses locais, onde funcionários devem usar máscaras, só podem funcionar por delivery ou como ponto de retirada de mercadorias, sem fila. Outras ações de isolamento social foram prorrogadas até dia 3.

Na última quinta-feira, o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), liberou hotéis, motéis, pousadas, restaurantes e bares, sob recomendação de "rigorosas medidas de cuidado". Também ficou definido que todo decreto com proibições será válido por sete dias, para que o governo avalia a necessidade de cada medida.

O Distrito Federal, da gestão Ibaneis Rocha (MDB), permitiu o funcionamento de óticas há uma semana. Antes, já havia liberado lojas de eletrodomésticos e prevê reabrir outros estabelecimentos a partir do dia 4.

Ainda na semana passada, o Tocantins apresentou recomendações para a "retomada gradativa" da economia. Segundo a gestão Mauro Carlesse (DEM), passou a ficar a cargo de prefeitos revogar ou manter regras de quarentena. A sugestão foi de reabrir serviços não essenciais, como shoppings, centros comerciais, galerias, bares e restaurantes, com orientação de "manter rígido" o controle de aglomerações. Segundo o governo, foi levado em conta que o Tocantins é o último no ranking de casos confirmados.

Governos de SP e RJ plenejam reabertura

Outros Estados, como São Paulo, planejam a reabertura gradual da economia após a quarentena. A gestão João Doria (PSDB) deve anunciar esta semana o plano, para que possa ser implementado a partir do dia 11, quando é previsto o fim da quarentena. Mas, segundo o governo, esse processo dependerá do uso de leitos hospitalares, sobretudo de UTI, sua comparação com a demanda da região e o grau de urgência e segurança para reabrir cada setor.

"Acho que, por enquanto, na capital e região metropolitana, ainda é fundamental que tenhamos o isolamento social", disse na terça-feira ao Estado o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, que afirma debater o tema com o Estado.

No Rio, o governador Wilson Witzel (PSC) debate amanhã possível flexibilização. No início do mês, ele havia retirado restrições para 30 cidades que não registravam casos.

Para Eliseu Waldman, professor da USP, é preciso ter transparência nos dados para sair da quarentena e acompanhar a experiência da Europa. "Cabe a discussão, mas não é possível improvisar."

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