SP: Análise indica anticorpos em 12% dos doadores de sangue
Dados sugerem que essa pode ser a distribuição de infecções também entre a população da cidade de São Paulo
Uma análise de amostras de sangue doado na Fundação Pró-Sangue, do Hospital das Clínicas de São Paulo, encontrou uma prevalência de anticorpos para o coronavírus Sars-CoV-2 em 12% dos doadores do mês de junho.
Os dados, encaminhados nesta segunda-feira pela fundação à Secretaria de Estado da Saúde, sugerem que essa pode ser a distribuição de infecções também entre a população da cidade de São Paulo e corroboram levantamento feito pela Prefeitura divulgado nesta terça.
A testagem foi feita em 2.581 amostras de sangue doados sempre na segunda semana dos meses de abril, maio e junho (900, 824 e 857 amostras, respectivamente). Em abril, apenas 27 amostras deram positivo (2,6%). Em maio foram 44 (5%) e em junho houve um salto para 105 resultados positivos (12%).
Uma análise de de georreferenciamento do local de reside^ncia dos doadores baseado, a partir do CEP informado no registro, permitiu que fosse possível atingir uma boa representatividade das amostras em em relação à distruibuição populacional por subprefeituras do município.
Ester, que esteve à frente dos primeiros mapeamentos dos genomas do coronavírus no Brasil, foi responsável pelas análises sorológicas. O plano dos pesquisadores é continuar o monitoramento de 800 a mil amostras por mês ao longo do ano.
Pesquisa mostra aumento de anticorpos contra covid-19 na população do Rio
Uma pesquisa do Hemorio mostra que 28% dos fluminenses que doaram sangue nas últimas duas semanas apresentaram anticorpos contra o coronavírus. Analisados em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, a Uerj, a UFRJ e a Fiocruz, os números mostram um aumento considerável em comparação com as primeiras semanas de abril. Naquele momento, apenas 4% dos doadores tinham anticorpos.
O estudo já coletou informações de 7,3 mil pessoas e continua sendo feito. O objetivo é mapear o índice de infectados e de pessoas com anticorpos no Rio.
"Os doadores de sangue podem ser considerados uma população-sentinela, que nos possibilita acompanhar a curva da doença. Surpreendentemente, um número considerável de doadores já possui anticorpos contra o novo coronavírus, o que pode refletir a realidade da população em geral", comenta o diretor do Hemorio, Luiz Amorim.