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Coronavírus

SP muda plano de vacinação e ainda não há data para idosos

Cronograma previa vacinar maiores de 75 anos em 8 de fevereiro, mas uso de doses pelo ministério altera planos

19 jan 2021 - 05h10
(atualizado às 07h27)
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Diante do acordo com o Ministério da Saúde, que prevê o uso de todas as doses da vacina Coronavac disponíveis no Instituto Butantã pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o cronograma original de vacinação contra a covid-19 anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para a população do Estado, está suspenso e novas datas serão apresentadas.

Enfermeira Mônica Calazans, 54, comemora, ao lado do governador João Doria, após receber vacina contra Covid-19 no Hospital das Clínicas 
 17/1/ 2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Enfermeira Mônica Calazans, 54, comemora, ao lado do governador João Doria, após receber vacina contra Covid-19 no Hospital das Clínicas 17/1/ 2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Doria previa que, em 25 de janeiro, populações indígenas do Estado seriam as primeiras vacinadas, ao mesmo tempo que os profissionais de saúde. Já os idosos com mais de 75 anos passariam a receber as doses a partir de 8 de fevereiro. Esse calendário inicial previa aplicar as duas doses da Coronavac em nove milhões de pessoas até o fim de março.

Após a venda de todas as doses da Coronavac, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo passará a cumprir o Plano Nacional de Imunização (PNI) do ministério e não o cronograma anterior apresentado por Doria. Desde a autorização de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no domingo, 17, o Estado tem vacinado profissionais de saúde na capital e no interior.

O PNI, apresentado em dezembro pelo Ministério da Saúde, previa que na primeira fase seriam vacinados os profissionais de saúde, idosos acima de 75 anos, idosos acima de 60 anos que vivessem em asilos (ou instituições similares) e povos tradicionais. Com o número limitado do primeiro lote da Coronavac (seis milhões de unidades), o ministério prevê agora imunizar somente idosos em instituições de longa permanência - grupo que representa 0,5% da população acima de 60 anos no País.

A gestão paulista não soube informar se, dentro de cerca de 1,37 milhão de doses disponíveis no Estado no primeiro lote , haverá unidades da vacina enviadas ao grupo dos mais idosos (mais de 75 anos). Por enquanto, as pessoas não devem buscar postos de saúde para a vacinação. Sobre as populações indígenas, afirmou que as prefeituras que quiserem poderão usar as doses recebidas também para imunizar esse grupo.

Falta de matéria-prima preocupa

O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas aguarda nova autorização da Anvisa para uso emergencial. O pedido foi feito nesta segunda, 18. O órgão paulista se comprometeu a enviar 8,7 milhões de doses ao SUS ainda em janeiro e, até abril, serão 46 milhões de doses. A produção dos imunizantes, no entanto, depende da chegada de insumos vindos da China que ainda não têm data para serem embarcados e sofrem atrasos de liberação das autoridades do país asiático.

"Temos um carregamento de matéria-prima pronto lá na China para ser despachado", afirmou o presidente do Butantã, Dimas Covas. "Estamos aguardando apenas a autorização do governo chinês para poder trazer e, assim, iniciar a 2ª etapa de produção. Mas dependemos da matéria-prima para poder continuar esse processo." Ele disse que o problema é de ordem burocrática, mas não deu detalhes.

O Butantã tem capacidade para fabricar um milhão de doses por dia, segundo Covas. Mas, para isso, depende desses insumos feitos pelo laboratório chinês Sinovac que precisam ser importados. "A capacidade de produção foi atingida, mas precisamos dessa matéria-prima", acrescentou Covas. A instituição estima ainda que demore dez meses para ter capacidade de produzir a vacina sem depender de insumos trazidos do exterior. Uma nova fábrica do Butantã está em construção na zona oeste paulistana. A falta de matéria-prima também é um problema para a Fiocruz, que vai produzir a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca no Brasil.

Estadão
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