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Coronavírus

SP produzirá vacina contra covid-19 com laboratório chinês

Droga, no entanto, está em fase de testes; produção é parceria com laboratório chinês

11 jun 2020 - 10h29
(atualizado às 16h16)
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Governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo de São Paulo / Estadão Conteúdo

O governador João Doria (PSDB) anunciou na manhã desta quinta-feira, 11, uma parceria entre o Instituto Butantan e um laboratório chinês para a produção de uma vacina contra o novo coronavírus.

De acordo com ele, a droga contra a covid-19 já estaria na terceira fase de testes, o último estágio antes da distribuição. O anúncio foi feito ao lado de Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, em um vídeo no Twitter.

Chamando a data de "dia histórico para São Paulo e para o Brasil", Doria afirmou que, caso a vacina tenha sucesso nessa nova fase de testes, com nove mil voluntários, ela será produzida pelo Butantan e deve estar disponível até "junho de 2020". A terceira fase será iniciada já no mês de julho, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de comitês de ética.

Chamada de CoronaVac, a imunização consiste em uma versão quimicamente inativada do Sars-CoV-2, sendo um dos métodos de criação de vacina mais tradicionais, já usado no caso de outros vírus, como no da Influenza e hepatites. Ela começou a ser testada no mês de abril pela Sinovac.

As duas primeiras fases foram finalizadas na China, sendo consideradas um sucesso, e, como a propagação da doença está bastante controlada em seu território, o Brasil apareceu como um dos principais locais para a testagem. A ampla capacidade de produção de vacinas pelos brasileiros também é um fator positivo do processo.

Atualmente, há mais de 100 vacinas em processo de produção por todo o mundo e a da Sinovac é considerada uma das mais avançadas em seus testes.

Além dela, uma desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, também será testada no Brasil sob coordenação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A candidata chama-se ChAdOx1 nCoV-19 e envolverá testes com pelo menos duas mil pessoas no país - também já na Fase 3 de desenvolvimento.

Também estão no estágio mais avançado a mRNA-1273, criada pela empresa Moderna e o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos; e a Ad5-nCoV da CanSino e do Instituto de Biotecnologia de Pequim, da China. (ANSA

Na quinta-feira, 4, a AstraZeneca anunciou acordos internacionais para a produção de 1,7 bilhão de doses. Os acordos já firmados incluem o Reino Unido, os Estados Unidos, a CEPI (Coallition for Epidemic Preparedness Innovations), a Aliança de Vacinas (Gavi) e o Instituto Serum, da Índia. "Essa é uma oportunidade muito grande para o nosso país não só no campo da pesquisa clínica, mas também na produção de imunizantes", afirmou a infectologista brasileira Sue Ann Clemens, diretora da Iniciativa Global de Saúde da Universidade de Siena e pesquisadora da Unifesp, que coordena os centros de testagem da vacina por aqui.

Até o momento, dois mil voluntários participarão dos testes em São Paulo e no Rio de Janeiro. Das mais de 70 vacinas em desenvolvimento no mundo, a britânica é a que se encontra em estágio mais avançado de desenvolvimento e uma das mais promissoras. A expectativa é que, se sua eficácia for comprovada, ela receba o sinal verde das agências reguladoras antes do final deste ano.

Com informações da agência Ansa.

Estadão
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