SP tem 19 hospitais públicos com 100% das UTIs cheias
Sistema estadual distribui pacientes pela rede pública, para evitar colapso; centros médicos particulares correm para abrir leitos
Pelo menos dezenove hospitais públicos do Estado de São Paulo tinham ontem 100% de ocupação nas UTIs e outros seis já superavam a taxa de 90%, conforme dados do governo estadual. Na rede privada, o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, bateu recorde de novas internações pela covid-19 desde o início da pandemia, com 166 pacientes na terapia intensiva e na enfermaria. Segundo o secretário da Saúde paulista, a situação é de "guerra".
Entre as unidades com UTIs cheias, estão o hospitais das Clínicas de Botucatu e o Regional de Sorocaba, no interior, os gerais de Pedreira, São Mateus e Itaim Paulista, na capital, e os gerais de Guarulhos e Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Apesar da semana de alta, o sistema Cross, de regulação de vagas, tem feito a distribuição dos pacientes na rede pública segundo as taxas de ocupação.
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas também está com 100% dos leitos ocupados, sendo 97% por causa da covid. O diretor técnico Luiz Carlos Pereira Júnior diz que a unidade não está colapsada, mas no limite. "As regulações de leitos de enfermaria e UTI, do Estado e município, estão muito ágeis e há colaboração, em rede, que permite a racionalização do uso dos leitos."
No Einstein, antes do início desta semana, o pico havia sido em 19 de janeiro, quando 155 novos infectados foram admitidos na unidade de referência. A taxa de ocupação total (covid e não covid) atingiu 96% e a maior parte dos internados é da própria cidade.
A previsão dos médicos do hospital é de que as próximas duas semanas sejam ainda piores. Por isso novos leitos serão abertos - nessa semana foram 36, entre enfermaria e UTI. Para evitar saturação do sistema, além da ampliação, o Einstein criou um sistema de gerenciamento por telemedicina, para acelerar as altas e monitorar os pacientes também em casa.
O Sírio Libanês também está com taxa de ocupação geral em 96%. São 531 leitos ocupados. Desse total, 184 são internados pela covid - 50 estão em UTI. Durante toda a semana a taxa de ocupação geral do hospital esteve no patamar dos 90%.
No Rede de Hospitais São Camilo, a taxa de ocupação dos leitos para covid-19 é de 87% na enfermaria e 84% na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). "No entanto, como este número tem variado constantemente, novos leitos poderão ser abertos conforme a necessidade", informou o hospital.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz está com 88% de ocupação de leitos de UTI covid. As unidades de enfermaria estão 90% ocupadas. No total, são 137 internados - 51 em UTI. Onze novos leitos de UTI covid e 13 leitos de unidades de internação serão abertos em março.
Segundo dados desta sexta-feira da Secretaria Estadual da Saúde, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 79,1% na Grande São Paulo e 77,4% no Estado. O número de pacientes internados é de 18.404, sendo 10.311 em enfermaria e 8.093 em unidades de terapia intensiva.