Sputnik relata teste no Brasil que não ocorreu, diz Anvisa
Imunizante russo não foi autorizado a ser aplicado no Brasil
A vacina russa contra covid-19 Sputnik V não foi testada no Brasil no ano passado, ao contrário do afirmado pelos desenvolvedores do imunizante em documento enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informou o diretor-presidente do órgão regulador brasileiro, Antonio Barra Torres.
"Isso não aconteceu", disse Torres, em entrevista à GloboNews, exibindo documento que disse ter sido enviado pelos desenvolvedores da Sputnik V à agência que mostra o Brasil entre os países onde a vacina estaria sendo testada em 2020.
A Anvisa e os desenvolvedores da vacina estão numa queda de braço desde que a agência rejeitou na segunda-feira liberar a importação da Sputnik V. Entre as alegações, o órgão disse que faltavam documentos para atestar a segurança, eficácia e qualidade do imunizante.
No achado mais grave, segundo a agência, foi constatada a presença de adenovírus replicante na formulação da vacina. Os desenvolvedores da vacina negam a existência de adenovírus replicante no imunizante e disseram que a Anvisa tomou uma decisão política ao rejeitar a Sputnik.
"A replicação viral está atestada nos documentos do próprio desenvolvedor e coloca de maneira muito clara, ostensiva", disse.
Na entrevista, Barra Torres também reiterou que a Anvisa não faz testes com a vacina, mas apenas a análise documental. "A replicação viral ela não se dá dentro de um frasco, se dá no organismo humano", reforçou.