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Coronavírus

Vacina de Oxford vai ser testada combinada com a Sputnik V

Imunizante da AstraZeneca tem sido criticado por especialistas em todo o mundo pela falta de transparência na divulgação dos testes

11 dez 2020 - 07h05
(atualizado às 08h00)
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A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou nesta sexta-feira, 11, que começará a testar uma combinação da vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e a Sputnik V, imunizante do Instituto Gamaleya, da Rússia.

Recipientes de vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 em laboratório na Índia
30/11/2020
REUTERS/Francis Mascarenhas
Recipientes de vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 em laboratório na Índia 30/11/2020 REUTERS/Francis Mascarenhas
Foto: Reuters

"O programa de ensaios clínicos vai avaliar a segurança e imunogenicidade da combinação da ASD1222, desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, e a Sputnik V", disse a AstraZeneca em comunicado. Os testes serão feitos com voluntários maiores de 18 anos.

Cientistas russos acreditam que a combinação das duas vacinas pode aumentar a eficácia dos imunizantes. A sugestão de parceria foi feita em novembro, pelo Twitter oficial da Sputnik V. Os pesquisadores dizem que vale a pena fazer testes com o modelo russo e usando dois tipos diferentes de doses, em vez de duas doses da mesma vacina.

Nesta sexta-feira, a AstraZeneca disse que considera como combinar as duas vacinas e que em breve começará a trabalhar com o Instituto Gamaleya para determinar se dois imunizantes que têm como base o vírus da gripe comum podem ser combinadas de maneira eficaz.

Resultados preliminares da fase final de testes da vacina de Oxford apontam eficácia média de 70,4%. Os dados foram publicados na revista científica The Lancet na terça-feira, 8. Entre os voluntários que receberam duas doses completas da vacina, a eficácia foi de 62,1%. Já os que receberam metade de uma dose seguida de uma dose completa tiveram eficácia de 90%. Ainda não é possível determinar a eficácia do imunizante em idosos, principal grupo de risco da covid-19. O estudo tem sido criticado por especialistas pela falta de transparência e omissão de dados.

A Sputnik V começou a ser distribuída pelo governo russo em novembro, mesmo sem os resultados finais dos estudos clínicos. Uma análise preliminar apontou que o imunizante tem 92% de eficácia.

O diretor do Fundo Soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, que financiou a Sputnik V, disse que "isso mostra a força da tecnologia da Sputnik V e nossa vontade e desejo de fazer parcerias com outras vacinas para combater a covid-19 juntos"./REUTERS

Estadão
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