Vacinação começa dia 25 ou antes em SP, diz secretário
Processo depende da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial de imunizante contra a covid
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que a vacinação contra a covid-19 começará no dia 25 de janeiro mesmo se o governo federal optar por outra data pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). A data pode até ser antecipada, de acordo com o secretário. A afirmação foi feita na entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira, 8, no Palácio dos Bandeirantes, para divulgação da atualização do Plano São Paulo de combate ao coronavírus.
"As vacinas trarão a condição de preservarmos vida e permitir que a economia retorne nos próximos meses. Dessa forma, nós entendemos que, pelo recrudescimento da epidemia, não podemos aguardar", afirmou o secretário. "Por um lado, temos 46 milhões de doses até abril serão ofertadas para o PNI. Caso essa imunização atrase, seja mantida de uma forma por meses a seguir, ou seja, fevereiro, março, nós estaremos sim mantendo no dia 25 de janeiro essa vacinação para aqueles grupos de saúde e população idosa. Dessa forma, está estabelecido e mantido o programa estadual, acoplado e adaptado, ao programa nacional de imunização", completou.
Nesta quinta-feira, 7, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou contrato para compra de 100 milhões de doses da Coronavac. O plano da pasta é ter 8 milhões de doses disponíveis no início da campanha nacional de imunização. Seriam 6 milhões da Coronavac e 2 milhões do modelo da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca e que será fabricado no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nesta sexta-feira, a Anvisa recebeu pedidos de uso emergencial dos imunizantes do Butantã e da Fiocruz. A agência estima que levará até 10 dias para avaliar a solicitação.
O Instituto Butantã, parceiro da farmacêutica chinesa Sinovac na produção do imunizante, confirma que os contratos com o Ministério da Saúde possuem cláusula de exclusividade. Com isso, o governo estadual vai requisitar uma parte das vacinas, mas o restante será comercializado com o órgão federal. "A partir do momento em que o Butantã fornece as doses ao órgão federal, cabe ao Programa Nacional de Imunizações distribuí-las aos estados, conforme os quantitativos solicitados pelas Secretarias de Saúde, inclusive a de São Paulo", afirmou o órgão ao Estadão.
Em outras palavras, a quantidade de vacinas solicitada pelo governo de São Paulo para a vacinação da população não vai sair do Estado, e será mantida para estoque da vacinação estadual. Na primeira fase da vacinação está prevista a imunização de 9 milhões de pessoas dos grupos prioritários: profissionais de saúde, idosos, moradores de casas asilares, indígenas e quilombolas.