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Coronavírus

Vacinação infantil tem apoio de 79% no Brasil, diz Datafolha

De acordo com o levantamento, 17% dos entrevistados manifestaram-se contrários à vacinação das crianças

17 jan 2022 - 09h17
(atualizado às 09h51)
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Vacinação de crianças no Brasil
14/01/2022 REUTERS/Amanda Perobelli
Vacinação de crianças no Brasil 14/01/2022 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

A vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a covid-19 é apoiada por 79% da população, de acordo com pesquisa do Datafolha publicada no jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, 17.

De acordo com o levantamento, 17% dos entrevistados manifestaram-se contrários à vacinação das crianças, ao passo que 4% não souberam responder.

A primeira criança nesta faixa etária a receber a vacina pediátrica da Pfizer contra a Covid-19 foi um menino indígena, da etnia Xavante, que foi imunizado na sexta-feira no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A imunização ocorreu quase um ano após o início da vacinação em adultos no Brasil e quase um mês após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a vacina para pessoas de entre 5 a 11 anos.

O início da vacinação foi adiado pelo Ministério da Saúde, que decidiu fazer uma consulta pública sobre o tema, o que é incomum, já que cabe legalmente à Anvisa atestar segurança e eficácia de vacinas no Brasil. Na ocasião, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que não havia urgência para iniciar a vacinação das crianças contra o coronavírus.

O presidente Jair Bolsonaro, que frequentemente e sem base científica questiona a eficácia e a segurança das vacinas, é contra a imunização das crianças contra a Covid-19. O presidente afirmou na semana passada que a vacinação das crianças não se justifica, apesar de mais de 300 crianças no Brasil já terem morrido por causa da doença.

Sem apresentar dados ou indícios, Bolsonaro levanta com frequência dúvidas sobre a segurança da vacina e disse que não vacinará sua filha de 11 anos contra a doença.

Bolsonaro também chegou a dizer em uma transmissão em uma rede social que havia pedido os nomes dos técnicos da Anvisa responsáveis pela decisão de aprovar a vacina pediátrica da Pfizer para divulgá-los, o que levou a uma onde de ameaças, inclusive de morte, contra servidores e diretores do órgão regulador.

O presidente também questionou em uma entrevista quais seriam os interesses da Anvisa em aprovar o imunizante infantil e afirmou que a agência não teve a saúde da população como fundamento da medida.

Em resposta à insinuação, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, divulgou nota em que pediu que o presidente o denuncie por corrupção caso tenha indícios ou se retrate. Bolsonaro, por sua vez, afirmou não ter feito acusações e chamou de agressiva a nota do presidente da Anvisa.

O Datafolha ouviu 2.023 pessoas com mais de 16 anos entre 12 e 13 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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